Com problemas particulares e o anseio de jogar a Copa do Mundo de 2010, Vagner Love abriu mão de um prestígio extremamente lucrativo no CSKA. O novo atacante do Palmeiras era tratado como um filho pelo presidente do clube russo, Evgeny Giner, que lhe pagava um alto bônus a cada simples aceno que ganhava do camisa 9 após seus gols.
"O Vagner era um xodó do presidente deles. Quando ele fazia gol e acenava, o presidente dava 20 mil, 30 mil euros (entre R$ 53 mil e R$ 80 mil)", contou o diretor de futebol do Verdão, Gernaro Marino, lembrando que o mandatário de Moscou já foi um empecilho para o retorno do artilheiro da Série B do Brasileiro de 2003.
"No ano passado, acertamos tudo com o Vagner e o empréstimo estava praticamente certo. Mas, quando o Vagner foi falar com o presidente, ele bateu o pé e não liberou. Só conseguimos neste ano porque o Vagner deu um xeque-mate: ;agora eu vou voltar, não tem jeito", prosseguiu o dirigente.
O centroavante, entretanto, não aceitou ganhar pouco para voltar ao clube que o revelou. A diretoria não confirma que seu salário será o mais alto do elenco - ultrapassando até os vencimentos de Marcos -, mas é certo que o novo camisa 9 será um dos mais bem pagos pelo clube nesta temporada.
O diretor de futebol Savério Orlandi garante que o reforço receberá menos do que R$ 400 mil mensais, mas o departamento de marketing palmeirense foi acionado para gerar receitas que paguem Love, aparentemente satisfeito financeiramente. "Não que ele não mereça mais, mas não podemos pagar. Não fazemos loucura, e o Vagner desde o início se dispôs a encara a realidade do futebol brasileiro", disse Savério.
"Conheci detalhes do contrato do Vagner com o CSKA que nenhum clube brasileiro teria condições de suportar. Ele abriu mão de muita coisa, e o Palmeiras lhe deu uma condição muito boa para a realidade do futebol brasileiro, já que ele é um atacante diferenciado, de seleção brasileira", enalteceu o diretor de futebol.
Para dar a Love um dos maiores salários do país, a diretoria alviverde assegura que não fez acordo com nenhuma outra empresa, nem mesmo a Traffic, parceira do clube. Os palmeirenses garantem que pagarão tudo usando apenas seu orçamento, que não foi prejudicado com o acerto do atacante com o Palmeiras - o empréstimo de um ano do atleta, segundo o Verdão, foi fechado com a cessão de 5% dos 10% que o time teria direito em uma futura negociação.