postado em 01/09/2009 10:43
As duas partes mais envolvidas no polêmico acidente do Grande Prêmio de Cingapura de 2008, Nelsinho Piquet e Renault estão prestes a dar um adeus definitivo à Fórmula 1. Esse é o temor revelado pelo detentor dos direitos comerciais da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, em entrevista concedida ao jornal londrino The Times.
Considerando-se que o chefe da Renault, Flavio Briatore, e o próprio Nelsinho optaram pelo silêncio em vez de terem comentado o assunto, Ecclestone foi o primeiro homem importante da categoria a falar sobre as suspeitas de que a batida em Cingapura tenha representado na verdade uma manobra para favorecer a vitória de Fernando Alonso - na época, o ocorrido forçou uma bandeira amarela providencial para o espanhol, que acabaria realmente ganhando.
Bastante contundente, o chefão da Fórmula 1 atacou nesta terça-feira o piloto brasileiro, indicando ter sido ele a pessoa que levantou dúvidas que mancham a credibilidade do Mundial. "Se é apenas o jovem Piquet dizendo isso porque o quer, é uma coisa. Porém se há algo de real em tudo isso, é diferente. Mas seria difícil prová-lo", afirmou o dirigente, mostrando não acreditar muito na suposta 'marmelada'.
Um "cara irritado" segundo as palavras de Ecclestone, Nelsinho, por outro lado, sempre fez questão de negar qualquer irregularidade no acidente em questão. "Foi um erro meu", garantiu, no mesmo dia da prova de Cingapura, em 28 de setembro do ano passado. No último dia 8 de agosto, já demitido da Renault ele voltou a falar, desta vez à Rádio Jovem Pan: "Sei que parece estranho, mas não tem nada além da sorte do Alonso".
Com 24 anos de idade, o brasileiro também assegurou recentemente ter "certeza absoluta" de que conseguirá se encaixar em alguma equipe visando a 2010. Para o folclórico empresário britânico, entretanto, essa possibilidade depois do escândalo se tornou muito pequena. "Seguramente ele está em problemas neste momento... você poderia imaginar o que vem na sequência, não?", indagou-se.
Além do filho do tricampeão da Fórmula 1 Nelson Piquet, a Renault também foi assunto da entrevista de Ecclestone. No último domingo, o dirigente falou com Flavio Briatore, que se descreveu "verdadeiramente triste" e garantiu não saber nada sobre o assunto. Nesse contexto, o inglês prevê que, independentemente do resultado das investigações da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), a montadora francesa ganhou um grande motivo para deixar a categoria.
"Não precisávamos disso agora", lamentou, lembrando-se que nos últimos meses Honda e BMW já resolveram encerrar suas atividades na elite do automobilismo mundial. "Acho que isso dará muita raiva à Renault. Obviamente existe o perigo de que eles deixem o esporte. Não quero que seja assim, mas pode acontecer".