postado em 03/09/2009 16:32
Em menos de 24 horas de trabalho no Fluminense, Cuca já mostrou sua estratégia para evitar o rebaixamento do atual último colocado do Campeonato Brasileiro: conversar individualmente. Depois de falar com Luiz Alberto no campo na quarta-feira, o técnico escolheu Dalton, Gum e Diguinho na manhã desta quinta-feira. O assunto foi uma ordem de não acreditar nas projeções que dão 93% de chances de queda do clube.
Após um treino de ataque contra defesa e repetir finalizações com todo o grupo, o novo treinador se agachou para falar com os zagueiros Dalton e Gum, sentados no gramados. O bate-papo durou cerca de 20 minutos antes de o técnico se levantar e dialogar com o volante Diguinho. O chefe e seu ex-comandado no Botafogo passaram 15 minutos trocando idéias, olhando e até apontando os atletas que brincavam com a bola.
Antes de abordar seus jogadores de maneira mais próxima, o treinador tratou de impor um discurso de motivação ao elenco. A ordem é confiar que é possível vencer as partidas restantes, mas sem pensar nas projeções que exigem no mínimo dez vitórias nas 16 rodadas restantes para evitar que o Tricolor esteja na Série B em 2010.
"O Cuca conversou que, apesar do que falam, salvar o Fluminense não é um bicho de sete cabeças como estão colocando. Não tem essa de que precisamos vencer dez jogos. Ele falou que não é para fazer contas. Vamos etapa por etapa, jogo a jogo", revelou o recém-contratado meia Fábio Neves. "Primeiro é o Náutico no domingo, depois pensamos no Botafogo. O elenco é bom e comprou esta ideia do Cuca", completou.
Com o foco em triunfar todas as vezes em que entrar em campo, o substituto de Renato Gaúcho aproveitou a concentração em Itu para tentar arrumar o time que somou apenas 16 pontos em 22 jogos. "Ele passou como estava vendo as atuações dos jogadores, passou detalhes sobre como quer armar e acertar a equipe", contou Kieza.
Mais do que tática, no entanto, Cuca cobra mudança psicológica. "Ele fez muito bem em sua apresentação, teve uma conversa importante para tirar a tensão da cabeça dos jogadores e dar mais confiança ao grupo", disse Fábio Neves. "Uma conversa bem feita entre os jogadores e a comissão técnica com certeza é melhor que um treino. No diálogo você vê o que está errado e já arruma", concordou Kieza.
E em poucas horas de convívio com o plantel no interior paulista, o treinador viu atletas até discordarem do ex-vice-presidente de futebol Tote Menezes, que já admitia planejar a caminhada na segunda divisão antes de se demitir nesta quinta-feira. "A gente não pensa em rebaixamento. É uma situação difícil, por isso vamos pensar jogo a jogo", discursou Fábio Neves.