Superesportes

Negócios levados a sério

Núcleo das ações da modalidade e responsável pela boa fase do esporte, a Confederação Brasileira é gerida por rígidas normas. Ali, o triunfo é bonificado e o fracasso rende demissão sumária

postado em 10/09/2009 09:22

Enganam-se os que pensam que apenas talento é garantia de sucesso. Por trás das conquistas das Seleções Brasileiras masculina e feminina e amparando cada pódio nas areias existe um trabalho muito bem estruturado cujo núcleo central é a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).

Registrada como uma entidade sem fins lucrativos e criada em 16 de agosto de 1958, a CBV é, há muito tempo, vista como um negócio por seus dirigentes. A profissionalização iniciada na era do ex-presidente Carlos Arthur Nuzman, que comandou a entidade entre 1975 e 1995, ganhou força na gestão do atual presidente, Ary Graça Filho, que assumiu a CBV em 1997.

Confira entrevista com Ary Graça:

;Hoje, nós temos uma empresa chamada CBV;, resumiu Ary Graça. ;A confederação é gerida como uma empresa, atua como uma empresa e é cobrada como uma empresa;, continuou. Ciente de que tem nas mãos um grande produto, Ary conta que sua entidade é estruturada de tal forma que cada setor se transforma em um braço próprio, como se fosse uma pequena empresa de fato.

;Eu dividi o vôlei em unidades de negócios. O que é isso? É uma empresa que tem uma holding chamada CBV. A área da Seleções Nacionais é uma unidade de negócio, com orçamento próprio, com diretor próprio e bônus se der certo e demissão se der errado. Temos critérios pré-estabelecidos e o funcionário sabe disso;, explicou Ary.

;O vôlei de praia é outra unidade de negócio. O Viva Vôlei, nosso programa social, é outro. Eventos é outro. E o Aryzão (centro de treinamento das seleções, em Saquarema) é outra unidade de negócio. Com todas essas unidades não perdendo dinheiro, não gastando mais do que podem e com metas a serem cumpridas, chegamos a ser o que somos hoje;, completou o dirigente.

Nesse sentido, o atleta, fonte principal de qualquer esporte, não é visto como o centro das atenções. Na semana passada, Ary Graça esteve em Brasília, para uma apresentação sobre o vôlei brasileiro na Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados. Nela, o dirigente apresentou o modelo que rege o funcionamento da entidade (veja quadro acima).

Para Ary, não há mais espaço para que o atleta se sinta maior do que os outros no processo. Trata-se de uma consciência difícil de se obter em outras modalidades, mas que foi atingida no vôlei e tem garantido que o país se mantenha entre os melhores por tanto tempo. Nesse aspecto, o caso do ex-levantador da Seleção Brasileira Ricardinho é emblemático. ;No processo, todo mundo é igual. A vaidade não pode dominar. É uma tendência do atleta pensar que tudo gira em torno dele. Hoje, não tem mais isso;, garantiu.

Engrenagem mestra

Para a CBV, o sucesso do vôlei nacional está amparado em oito fatores fundamentais, que devem ficar em constante equilíbrio, sem que nenhuma das partes assuma um papel mais importante que a outra, sob o risco do sistema entrar em colapso. Acompanhe os oito pilares que sustentam o lucrativo e bem- sucedido negócio do vôlei e do vôlei de praia:

; CBV
; Federações estaduais
; Federação Internacional de Volleyball (Fivb)
; Comissões técnicas
; Clubes
; Mídia
; Patrocinadores
; Atletas

Leia mais na edição impressa do Correio Braziliense desta quinta-feira (10/9).

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