postado em 10/09/2009 09:55
O Corinthians teve sucesso no primeiro passo para conseguir arrendar o Pacaembu. Uma comissão com oito vereadores analisou o "Relatório Conclusivo da Comissão de Estudos para Debates e Discussões Sobre a Destinação do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho" e aprovaram a concessão à iniciativa privada. O parecer será analisado pelo prefeito Gilberto Kassab e pelo Secretário Municipal de Esportes, Lazer e Recreação, Walter Feldman, antes de o arrendamento ser autorizado.
Os vereadores designados para avaliar o caso começaram as discussões em 5 de maio e estavam parados desde 25 de junho, à espera da entrega do relatório. Na reunião final, votaram a favor do arrendamento Dalton Silvano (PSDB - presidente da Comissão), Toninho Paiva (PR - vice-presidente), Adilson Amadeu (PTB), Jooji Hato (PMDB), Juscelino Gadelha (PSDB) e Jamil Murad (PC do B). O único contrário foi Marco Aurélio Cunha (DEM), que também trabalha como superintendente de futebol do São Paulo.
As chances de um sinal positivo do governo municipal são grandes, já que Feldman enumera os gastos com o estádio para mostrar que os valores poderiam ser utilizados em outras ações de incentivo ao esporte amador na capital paulista. Até o momento, o único que se mostrou interessado é o Timão, que coloca o projeto de arrendar o Pacaembu como prioridade. Outros clubes da cidade foram procurados, mas não deram sinais de que farão concorrência.
Um dos entusiastas da ideia de oficializar o Pacaembu como casa do atual campeão paulista e da Copa do Brasileiro é Luis Paulo Rosenberg, diretor do marketing alvinegro. O dirigente acompanhou a reunião em que a comissão de vereadores aprovou o relatório e reafirmou o projeto corintiano de revitalizar o estádio com investimentos de R$ 100 milhões. A vantagem é que o Museu do Futebol e o Clube-escola, que funcionam no local, seguiriam como responsabilidade da Prefeitura.
"O custo total do Complexo do Pacaembu é de R$ 5 milhões, excluindo o Museu do Futebol. Retirando o gasto com outras atividades, que não da arena, em torno de R$ 2,5 milhões e uma receita aproximada de R$ 1,143 milhão. O déficit estimado nos anos anteriores foi de R$ 1,5 milhão", explica Feldman. O secretário esclarece que este déficit nunca foi chamado de prejuízo. Por isso, abriu a discussão com os vereadores para iniciar um debate com a população.
Para redigir o relatório, o vereador Goulart (PMDB) analisou os relatos da Comissão, que ouviu a sociedade civil organizada, representantes do Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo), do Corinthians e do Museu do Futebol, além de cronistas esportivos de diferentes meios de comunicação.
Até mesmo o presidente do Conpresp, José Eduardo Lefèvre, que é contra a concessão, disse à Comissão que o Pacaembu pode receber obras mesmo sendo tombado. "Esse estudo vai servir como um indicativo para o futuro do Pacaembu. Ele será encaminhado ao prefeito Gilberto Kassab e ao secretário de Esportes Walter Feldman para que possa ser elaborado um projeto de concessão ou de melhorias", informa o vereador Goulart.