Recém-chegados de uma viagem ao continente europeu, onde participaram da Assembleia Geral da ECA (European Club Association), realizada nos dias 7 e 8 de setembro em Genebra, Suíça, os presidentes de Flamengo e Palmeiras, representantes do Clube dos 13 na reunião, mostraram-se entusiasmados com uma mudança prometida pela Fifa para outubro de 2010, que deverá afetar muitos ;aproveitadores; do mundo do futebol.
"A Fifa irá criar um sistema on-line de transferências de atletas. O clube ;A; vai preencher um formulário revelando o tipo de contrato - empréstimo ou definitivo -, valor da venda, conta bancária e existência ou não de agentes na transação. O clube ;B;, comprador, terá de fazer o mesmo. Se os dados não baterem, a Fifa não libera o registro e o negócio é desfeito na hora", explicou Luiz Gonzaga Belluzzo, mandatário alviverde.
"Isso impedirá a lavagem de dinheiro e o sub-faturamento dos atletas, o mascaramento das transferências. Vai acabar essa história de falar que vendeu por 12, quando, na verdade, vendeu por 15 e não declarou o restante", emendou Delair Dumbrosck, presidente do rubro-negro carioca.
Segundo Luiz Gonzaga Belluzzo, a entidade máxima do futebol mundial também está estudando extinguir os chamados ;agentes-fifa; (empresários de jogadores licenciados para trabalhar em todo o mundo) até que este processo seja totalmente instaurado.
Europa nacionalizada
Durante a Assembleia da ECA, uma outra mudança também poderá afetar diretamente a receita dos clubes brasileiros: o ataque ao sistema denominado ;6 5;. "Os clubes querem que seis jogadores do time sejam nativos do país e apenas cinco comunitários. A ECA ainda vê isso com reservas, mas a Fifa está preocupada em aumentar a nacionalização nos clubes. Na Inglaterra, por exemplo, há equipes sem nenhum jogador inglês", exemplificou Belluzzo, sem citar nomes. "Se isso for aprovado, poderá ter reflexos diretos no mercado brasileiro", emendou.