postado em 15/09/2009 21:34
Em maio de 2008, Juan Martín del Potro foi eliminado na segunda rodada de Roland Garros e disparou, em entrevista recuperada pelo jornal Olé nesta terça-feira: "Estou cansado de ser uma promessa". Após 16 meses, o argentino de 20 anos posou para fotos no Empire State Building com o troféu do Aberto dos Estados Unidos e a sensação de que evoluiu até chegar ao topo do mundo.
Em Paris, quando sofreu aquela surpreendente derrota para o italiano Simone Bolelli, Del Potro ainda era o 58º colocado do ranking de entradas, porém já vinha sendo apontado como a maior revolução do tênis argentino. Em março de 2007, aliás, aplicou 7/6 (7-5) e 6/2 sobre Gustavo Kuerten no Masters Series de Indian Wells e foi apontado como "futuro número um" do planeta pelo brasileiro.
A evolução, como se vê, um pouco mais que o previsto para acontecer, mas veio exatamente depois da queda precoce em Roland Garros. Em uma grande sequência, o argentino venceu quatro torneios da ATP seguidos e em outubro do ano passado apareceu de forma inédita no top 10.
A temporada 2009 teve início, e Del Potro conheceu em janeiro, no Aberto da Austrália, a derrota mais humilhante da carreira: tomou parciais de 6/3, 6/0 e 6/0 de Roger Federer. O mesmo suíço batido pelo jovem de 20 anos nesta segunda-feira na final do Grand Slam norte-americano, em resultado que motivou mais elogios por parte de Guga.
"Ter um sul-americano campeão é algo interessante", apontou o tricampeão de Roland Garros, que assistiu à partida de 4h06 pela televisão. "Apesar da admiração que tenho pelo Federer, fiquei muito feliz com o resultado. Para o tênis é muito bom, pois o confronto em quadra com surpresas é sempre mais estimulante".
Com 1,98 de altura e 83 quilos, Del Potro é alto, magro e um tanto desengonçado nas passadas, características que geraram comparações entre ele e Kuerten no início da carreira. Nesta terça, o segundo homem nascido na América do Sul a faturar um major depois do brasileiro - Gastón Gáudio ganhou o Aberto da França em 2004 - fez a festa em Nova York, posando para fotos com a taça no Empire State Building, um dos lugares mais marcantes da cidade.
O argentino, agora já o quinto melhor do mundo segundo o ranking, completou o sonho de erguer o troféu que começou em dezembro de 2002, quando ele venceu nos EUA o Orange Bowl, principal torneio juvenil do planeta. "É a coisa mais louca de se ter. É inacreditável", vibrou ele, que é esperado com festa em Buenos Aires na manhã desta quarta. Coincidência ou não, Guga também teve um dos pontos altos do início de sua carreira no Orange Bowl: em 1994, foi vice-campeão da competição, sendo derrotado pelo equatoriano Nicolás Lapentti.