postado em 16/09/2009 14:31
Conforme revela o presidente da Fota, Luca di Montezemolo, a Fórmula 1 atualmente vive um período de baixa no qual o público está menos interessado na categoria do que antes. A entidade representante das equipes, porém, não arruma uma desculpa para isso na crise econômica internacional, e sim na falta de qualidade do espetáculo, manchado por "grande prêmios chatos e polêmicas".[SAIBAMAIS]Falando à imprensa no Salão do Automóvel de Frankfurt, o italiano que também é o principal mandatário da Ferrari novamente entrou em polêmica com a FIA (Federação Internacional de Automobilismo). Contrariando as propostas de Max Mosley, afirmou que a Fórmula 1 precisa retomar os testes durante a temporada e permitir um terceiro carro ao menos às escuderias de ponta, como forma de atrair os espectadores.
"A redução de público em Monza indica a necessidade de mudar - não mais grande prêmios chatos e polêmicas", cravou Di Montezemolo, atacando ainda, por exemplo, o escândalo envolvendo a Renault e Nelsinho Piquet no último Grande Prêmio de Cingapura. No fim de semana passado, na Itália, o número de pessoas que pagaram ingresso para ver a corrida foi 16% menor na comparação com 2008.
No fim do ano, a Fota planeja realizar um seminário reunindo imprensa, organizadores e patrocinadores, e o presidente da Ferrari acredita que esse seja o palco ideal para estudar mudanças. "Tentaremos deixar esse extraordinário esporte mais interessante", adiantou, antes de apontar o que pretende alterar. "Precisamos que os maiores times alinhem um terceiro carro para pilotos famosos ou jovens e também pensar em testes. Somos o único esporte que não treina".
Novamente, portanto, Di Montezemolo discordou de Mosley, com quem polemizou durante todo o primeiro semestre deste ano, quando ameaçou criar um campeonato alternativo. "O futuro da Fórmula 1 não são equipes pequenas que não entusiasmam ninguém", disse, criticando a proposta do britânico de ampliar o grid de 2010 com Manor, Campos e USF1.
No caso específico do terceiro carro, o italiano não conta com a postura contrária apenas de Mosley, visto que toda a Fota ainda não se manifestou apoiando a ideia. "Esperamos que todos se alinhem à posição da Ferrari, que sempre esteve nas pistas", cravou. Para tentar convencer os colegas, ele lembrou que quando Michael Schumacher anunciou seu retorno à categoria, a organização do GP da Europa conseguiu vender 10 mil entradas em apenas uma semana.