postado em 16/09/2009 16:00
Uma audiência no Fórum Trabalhista da Barra Funda (zona oeste da capital paulista) deu início nesta quarta-feira a uma disputa jurídica entre Palmeiras e o ex-atacante Edmundo. O motivo: o Animal requer valores atrasados referentes ao direito de arena.
"Hoje foi uma audiência de instrução, em que poderia ocorrer um acordo. Como não houve consenso, a ação prossegue normalmente", afirmou o assessor da presidência do Palmeiras, Antônio Carlos Corcione, em entrevista por telefone.
O Palmeiras assegura que as relações com Edmundo, um ídolo da torcida, continuam amistosas, mesmo com a batalha jurídica. Em compensação, o clube promete que não vai medir esforços para evitar uma derrota nos tribunais.
"Vamos até a última instância. Mas é um assunto que vai demorar. A sentença deve sair apenas em janeiro. Quem perder, ainda vai recorrer", projetou Antônio Carlos Corcione.
O direito de arena está previsto dentro da Lei Pelé e fala sobre a participação dos atletas nos valores obtidos pelos clubes com a venda da transmissão ou retransmissão dos jogos, independente da utilização do jogador nas partidas.
"Houve um acordo no Rio de Janeiro em 1999 que fixou que esse direito de arena seria da ordem de 5% do total dos vencimentos de cada atleta. O problema é que a lei prevê 20%. Aí os jogadores pedem essa diferença", afirmou Antônio Carlos Corcione.
Segundo o dirigente alviverde, o pedido referente ao direito de arena virou uma mania dentro do futebol brasileiro. Paulo Baier, Marcinho Guerreiro, Juninho Paulista, Claudecir e Cristian são alguns dos nomes que entraram com um processo contra o Verdão.
"São muito comuns. Em alguns dos processos, você ganha. Em outros, você perde. Às vezes, os jogadores não têm noção sobre o assunto, mas são procurados por advogados, como é o caso da Gislaine Nunes", lembrou Antônio Carlos Corcione, em referência à advogada que ficou famosa no país por conseguir a rescisão de contrato de atleta através da Justiça do Trabalho.