postado em 16/09/2009 16:14
Depois de evitar a imprensa por causa da má campanha no Campeonato Brasileiro, no qual o Fluminense segura a lanterna, com 18 pontos e mais de 90% de chances de ser rebaixado, o presidente do clube, Roberto Horcades, quebrou o silêncio na tarde desta quarta-feira. À Rádio Brasil, o dirigente disse confiar na permanência do Tricolor na elite do futebol nacional e pediu o apoio dos torcedores.
"A torcida tem que ter confiança no time, continuar sendo o 12º jogador em campo e provando ser a torcida maravilhosa que foi ao longo de toda a minha gestão. Temos condições de nos mantermos na Primeira Divisão e até mesmo almejarmos a vaga na Copa Sul-Americana", avisou, confiante.
"Quem vê hoje o time do Fluminense e via antes está percebendo uma mudança de atitude. Além disso, tivemos azar com as lesões do Fred e do Leandro Amaral, tivemos o Diguinho com problema pulmonar, enfim, vários fatores que interferiram no planejamento. Mas agora, com reforços e com o Cuca, que é um excelente técnico, estamos no caminho certo", completou Horcades.
O presidente tricolor deu a entender que o clube está preparado para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro, mas manteve o otimismo sobre permanecer na elite. "Há alguns anos um clube precisava ganhar nove em dez jogos e ganhou todos. O treinador foi tão vitorioso que foi dirigir a África do Sul. Tenho certeza de que o Fluminense pode repetir esse feito. Todo administrador tem que ter alternativas para o seu clube e isso é normal. Até em casa, quando o fogão quebra, temos o microondas. Se fala muito em planejamento, mas poucos têm", argumentou Horcades, lembrando a campanha de Joel Santana à frente do Flamengo no Campeonato Brasileiro de 2005, quando o Rubro-Negro escapou por pouco do rebaixamento.
O dirigente ainda evitou colocar um possível rebaixamento na conta de Tote Menezes, ex-vice-presidente de futebol, e de Alexandre Faria, que foi coordenador do departamento de futebol.
"Eu tenho por hábito fazer uma administração compartilhada. Eu delego poderes. As atitudes no departamento de futebol são tomadas pelo vice-presidente de futebol. Mas se houve um erro, ele também foi compartilhado por todos que fizeram parte do clube naquele momento. O Alexandre Faria saiu, assim como o Tote Menezes", comentou.
Horcades analisou o movimento político que visa pedir seu afastamento do cargo e que vem sendo liderado por José de Souza, vice-presidente geral e maior opositor do atual presidente.
"As pessoas têm memória curta. Quem tem currículo no Fluminense são as pessoas que estão comandando o clube e não quem está tumultuando. As pessoas não estão pensando em ser tricolores. Estão usando o momento para prejudicar o clube e não são dignas de serem candidatas a porteiro do clube", disparou.
"Hoje temos que ter um cuidado imenso ao falarmos do momento político, pois o momento não é de se falar em política. Falo isso porque atrapalha a situação financeira, chega aos jogadores e não é bom para ninguém. Essa minoria precisa lembrar que também pode ser responsabilizada pelo que aconteceu no clube e processada por mim. Não é uma ameaça, até porque estou falando pouco sobre isso", completou, descartando pedir licença do cargo.
O dirigente acredita que está sendo vítima de uma perseguição. "É algo pessoal contra mim e não contra o presidente do Fluminense. As pessoas que estão por trás disso tem tradição de erro no Fluminense. Jogar pedra é muito fácil quando não se tem telhado de vidro, mas quando se tem, a pedra volta", concluiu.