São Paulo ; Responsável por levar até a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) as acusações sobre a armação da Renault no GP de Cingapura do ano passado, Nelson Piquet alega que tentou alertar a entidade que rege o automobilismo mundial na época do último GP do Brasil, em novembro do ano passado.
"Quando isso aconteceu em Cingapura, não acreditei, mesmo tendo lidado com automobilismo durante toda a minha vida. Perguntei a Nelsinho, ele confirmou e me perguntou se eu poderia ajudá-lo. Eu disse: ;Você poderia ter se machucado ou machucado alguém;", afirmou Piquet em seu depoimento à FIA em 17 de agosto, segundo o jornal inglês Daily Mirror.
"Ele respondeu: ;Sim, eu sei que era errado...;. De qualquer forma, conversei no Brasil com Charlie Whiting (diretor de corrida de todas as etapas da F-1)", assegurou o ex-piloto.
O tricampeão mundial garante ter se preocupado com a carreira do filho ; após o estouro do escândalo, muitos dão por encerrada a trajetória de Nelsinho na Fórmula 1. "Cheguei para Charlie e disse: ;Escute: o que pode acontecer a Nelsinho se eu divulgasse isso?;. Estava preocupado com o que poderia haver com a carreira de Nelsinho", explicou.
Cautela
Por sua vez, a publicação italiana Corriere della Serra diz que, em outra parte do depoimento, Nelson conta que Max Mosley, presidente da FIA, também agiu com extrema cautela quando foi informado por ele sobre o caso.
"Charlie já me informou, mas não podemos provar nada a menos que chegue alguém para contar os fatos", teria alegado o dirigente. Desde o dia da batida, a possibilidade de tudo não passar de uma armação já corria pelo paddock, mas a história quase virou folclore, pois ninguém tinha prova.
Dois dias depois do GP de Cingapura (30 de setembro), acabava a opção de renovação do contrato de Nelsinho para 2009. Em 2 de outubro, Briatore renovou o vínculo, reduzindo o montante de US$ 1,5 milhão para US$ 1 milhão, além de condicionar a permanência aos resultados.
Punição
Segundo o jornal italiano, a maior prova de que a FIA já estava ciente do caso há meses foi o tratamento dado à Renault quando a roda do carro de Fernando Alonso soltou-se durante o GP da Hungria deste ano: alegando que o time colocou a segurança dos outros pilotos em risco, a equipe francesa foi suspensa e só com um recurso conseguiu se alinhar na etapa da Europa, em Valência.
Responsável pela mola que quase matou Felipe Massa nos treinos classificatórios em Budapeste, a Brawn GP não recebeu nenhum tipo de punição.