Rio de Janeiro ; Na manhã desta sexta-feira, o presidente Roberto Horcades recebeu em sua sala, na sede do Fluminense, uma cópia do processo de impeachment que foi aberto no conselho deliberativo por membros da oposição, liderados pelo vice-presidente geral do clube, José de Souza. O documento foi entregue por Júlio Domingues, presidente da Comissão Especial criada para ficar à frente do caso.
"O presidente já tinha conhecimento desse processo e foi apenas uma formalidade. A partir deste momento ele tem oito dias para apresentar a sua defesa, podendo inclusive fazer uso de testemunhas. Depois disso caberá ao conselho deliberativo, formado por metade de eleitos e metade de permanentes, votar o impeachment. Para que isso aconteça é preciso dois terços dos presentes na votação", disse Júlio Domingues, em entrevista à Rádio Brasil do Rio de Janeiro.
Reação
Horcades já estava preparado para enfrentar o processo, mas no início da semana deixou bem claro aos seus oposicionistas que vai haver reação, já que vê na atitude um ataque pessoal.
"Não é uma ameaça, até porque estou falando pouco sobre isso. É algo pessoal contra mim e não contra o presidente do Fluminense. As pessoas que estão por trás disso têm tradição de erro no Fluminense. Jogar pedra é muito fácil quando não se tem telhado de vidro, mas quando se tem, a pedra volta", disse o dirigente, sem poupar críticas.
"As pessoas têm memória curta. Quem tem currículo no Fluminense são as pessoas que estão comandando do clube e não quem está tumultuando. As pessoas não estão pensando em ser tricolores. Estão usando o momento para prejudicar o clube e não são dignas de serem candidatas a porteiro do clube", continuou Horcades.
"Hoje temos que ter um cuidado imenso ao falar do momento político. Falo isso porque atrapalha a situação financeira, chega aos jogadores e não é bom para ninguém. Essa minoria precisa lembrar que também pode ser responsabilizada pelo que aconteceu no clube e processada por mim", afirmou.
Clima eleitoral
O pedido de impeachment de Horcades coloca fogo no momento político do Fluminense. Além desse processo, o clima eleitoral está a todo vapor, mesmo com o pleito acontecendo apenas no próximo ano. O atual presidente não será candidato, mas surge como nome da situação o ex-jogador Delei. Pela oposição, além de José de Souza, Peter Siemens é candidato.
Júlio Domingues também pode ser postulante ao cargo pela oposição, apesar de já ter integrado a administração de Horcades em outras ocasiões. Caso Roberto Horcades realmente sofra processo de impeachment, José de Souza assume a presidência, mas com prazo estipulado pelo conselho deliberativo para marcar uma nova eleição.