postado em 20/09/2009 22:04
Aos 33 anos, Nicolas Lapentti possui um fôlego privilegiado. Conseguiu aguentar mais de 11 horas em quadra, em menos de três dias. A recompensa pelo reforço veio com os três pontos conquistados por ele, que deram ao Equador uma vaga para o Grupo Mundial da Copa Davis. Após superar Bellucci, vencer nas duplas ao lado de seu irmão, Lapentti fez 3 a 2 em Marcos Daniel com parciais de 6/4, 6/4, 1/6, 2/6 e 8/6, após 4h42 minutos de luta.
Pela nona vez em sua carreira, Lapentti faz a trinca, vencendo os três jogos para sua equipe. O Equador se junta à Alemanha, Argentina, Bélgica, Croácia, Espanha, Estados Unidos, França, Índia, Israel, República Tcheca, Rússia, Sérvia, Suécia e Suíça na primeira divisão do tênis. O último representante para o sorteio da primeira fase do Grupo Mundial será definido entre Chile e Áustria, que empatam por 2 a 2.
O Brasil, pela quarta vez seguida, perde um playoff
Um curto circuito que culminou em princípio de incêndio, duas horas antes da partida, deixou a iluminação da quadra defeituosa. O fato atrasou o início do confronto em uma hora. Marcos Daniel pareceu ter sido afetado pelo mesmo problema, demorando a se ligar na partida. Se ele protagonizava belas jogadas, como uma paralela de direita na corrida. Os erros tolos eram mais constantes, levando a sua derrota nos dois primeiros sets.
Marcos Daniel definitivamente entrou em quadra no terceiro set. Minimizando seus erros, ele sufocou o equatoriano, fechando a série com um fácil 6 a 1. Beirando 10 horas de quadra em menos de três dias, Lapentti passou a erra mais, ser mais conservador e dar sinais de cansaço, perdendo a série seguinte por 6 a 2.
O quinto set foi eletrizante. Daniel salvou quatro match points, mas no quinto, Lapentti não perdoou e deu a volta olímpica no Gigantinho ao lado de seus companheiros. Thomaz Bellucci ainda faz o quinto duelo diante de Giovanni Lapentti e quebrará o recorde de um confronto de Davis com a presença do Brasil, que era de 15h52min em 2006 diante do Peru. Até agora, Brasil e Equador estiveram em quadra por 15h22min.
O jogo
Sacar foi um problema no primeiro set. Em dez games, foram cinco quebras. Ao todo, os tenistas viram o seu serviço a perigo em 13 oportunidades. Variando mais os golpes e abusando das bolas curtas, Lapentti parecia que não teria dificuldades para vencer. Nos três primeiros games, ele quebrou duas vezes o saque do brasileiro. Porém, Daniel reagiu, mas não com força suficiente. Com uma variedade maior em suas jogadas, o equatoriano terminou a primeira série vencendo por 6 a 4.
Mesmo mais agressivo, Daniel teve um começo ruim de segundo set. Ele aumentou seu número de bolas vencedoras, 13 a 7, na comparação com a primeira série. Porém, não foi o suficiente. Lapentti seguia controlando a partida e errando menos. Chegou a abrir 5 a 2, mas teve seu serviço quebrado, o que alongou o fechamento do set para 6 a 4 a seu favor.
O gaúcho se acordou no terceiro set. Com quase 10 horas de quadra desde sexta-feira, o equatoriano começava a acusar o cansaço. Só conseguiu três bolas vencedoras, enquanto Daniel foi preciso nos momentos decisivos. Ele praticamente não desperdiçou lances, cometendo somente três erros não forçados. Sem dificuldades, ele terminou fazendo um 6 a 1, em 30 minutos.
O ritmo foi mantido pelo brasileiro no quarto set. Mesmo com dificuldades no primeiro saque, tendo o acertado em apensa 43% das vezes, Daniel venceu fácil. Logo de cara abriu 4 a 0, fazendo Lapentti correr para frente, em bolas curtas, o que ainda não havia ocorrido. No fim, o 6 a 2 levou a vida do Brasil na Davis para a quinta e decisiva série.
Nela, o nervosismo imperou. O brasileiro não encaixava seu saque no lado direito. Com o problema, Lapentti, que tenta encurtar os pontos o máximo possível, não quebrou o saque do gaúcho no quarto game, aproveitando a sua terceira chance. Porém, Daniel deu o troco no serviço do equatoriano. Na hora de igualar o placar, Daniel errou muito e cedeu a quebra novamente.
No 5 a 3, Lapentti teve três match points. Com uma cruzada angulada e uma bola vencedora de devolução na paralela de esquerda, Daniel fez o Gigantinho pulsar. Com muita luta, ele se manteve vivo, quebrando o serviço do equatoriano, que desgastado pediu atendimento do fisioterapeuta. Quatro games depois foi preciso salvar mais um ponto do jogo do equatoriano. Porém, no 7 a 6, Lapentti não desperdiçou sua chance e fechou o jogo, após 4h42min, colocando seu país novamente na elite do tênis.
Trincas de Nicolas Lapentti:
1995 - Cuba e Guatemala
1996 - Barbados e Uruguai
1999 - Venezuela e Argentina
2003 - Venezuela
2008 - Paraguai
2009 - Brasil
s derrotas seguidas do Brasil no playoff:
2009 - Equador 1 -3
2008 - Croácia 1-4
2007 - Áustria 1 - 4
2006 - Suécia 1 - 3