postado em 22/09/2009 14:14
De todo o escândalo protagonizado pela Renault na edição 2008 do Grande Prêmio de Cingapura, um único homem saiu com a pena máxima: Flavio Briatore. Dizendo-se "devastado" com o banimento da Fórmula 1 lhe imposto pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo), o italiano se sentiu traído por Bernie Ecclestone, há muito tempo seu parceiro de negócios.
Enquanto não faz questão de esconder que é inimigo de Max Mosley, Briatore sempre teve uma boa relação com Ecclestone, que já na semana passada havia classificado como uma "pena" o desligamento do italiano da Renault. O entendimento dos dois era tanto que eles até criaram uma sociedade para comprar em 2007 o Queens Park Rangers, time da segunda divisão do Campeonato Inglês.
No entanto, a decisão do Conselho Mundial da FIA, que nesta segunda-feira baniu o antigo chefe de equipe da Fórmula 1 por um "período de tempo indeterminado", mudou tudo isso. Tanto é que, segundo o jornal Corriere della Sera, Briatore já começou a chamar o britânico de "ex-amigo" para as pessoas mais próximas. "Estou chocado. Fui traído", chegou a dizer.
O italiano, que até quando pediu demissão da Renault não admitiu a participação na batida proposital de Nelsinho Piquet em Cingapura, garante que não esperava uma sentença tão severa. O envolvimento do homem de 59 anos no caso, de qualquer forma, foi dado como certo por Mosley. "O problema é que sempre negou e continuou a negar mesmo quando sua participação se tornou clara".
Ao diário esportivo La Gazzetta dello Sport, Briatore mostrou-se nesta terça "devastado", sendo que está considerando tomar ações legais contra a FIA: ele pretende provar sua inocência e ser compensado pelo prejuízo causado a sua imagem. Nessa luta que deve se iniciar nos tribunais, ele tem o apoio do presidente da Real Federação Espanhola de Automobilismo (RFEDA), Carlos Gracia. "A sanção pareceu excessiva para mim, pois não há evidências que o incriminam, e ele não teve a chance de se defender", avaliou o dirigente ao AS, ainda irritado com a imunidade concedida a Nelsinho no julgamento.