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Washington: "Tenho orgulho de ser brasiliense"

Jogador do São Paulo revela ao Correio sua paixão pela cidade e admite até encerrar a carreira em um clube do futebol candango

postado em 24/09/2009 10:05
São Paulo ; A cidade de Brasília tem um lugar cativo no peito do Coração Valente. Nascido na capital federal em 1; de abril de 1975, foi justamente nos campinhos da 411 Norte, jogando contra adolescentes de outras quadras, onde Washington marcou os primeiros gols que o levariam ao time juvenil do Brasília FC, aos 13 anos de idade. A passagem pelo futebol candango foi curta. Não deu nem tempo de defender um time profissional do clube brasiliense e o atacante foi para o Caxias, no Rio Grande do Sul.

Hoje Washington mora em São Paulo e está no tricolor paulista. Tem no currículo passagens pelo futebol gaúcho, paranaense, turco, japonês e carioca. Foi artilheiro e campeão brasileiro em 2004 pelo Atlético-PR e goleador no Brasileirão do ano passado. Aos 34 anos de idade, ele é o artilheiro da atual equipe no campeonato. Continua em forma, com o faro de gol aceso e com um carinho especial pelo Distrito Federal, independentemente de onde estiver. Em entrevista exclusiva ao Correio, o craque relembra sua infância e começo de carreira, comenta o futebol da sua cidade e deixa em aberto a possibilidade de pendurar as chuteiras por um clube da capital.

Brincadeira de criança
;Meu sonho sempre foi ser jogador de futebol. Sempre. Quando eu morava na 411 Norte jogava as peladas da quadra com os amigos. Fazíamos um time enfrentar a equipe da outra quadra. E também tinha um time amador que se chamava Terremoto, na 411 mesmo. Foi ali que eu comecei a virar centroavante. Eu sempre jogava de atacante, mas não tinha a função exata, não sabia em qual posição atuar no ataque. Foi ali que o treinador Paulo Emílio, já falecido, me colocou como centroavante e eu seguir na posição.;

Lembranças de infância

;A melhor lembrança que tenho são essas peladas na quadra. Na época de Copa do Mundo, também, a gente fantasiava os blocos. O meu era o N e tinha o O bem na frente. Então dava para fazer bandeirinhas de um bloco pro outro.;

Início da carreira
Disputei duas competições em Sobradinho, tipo minicampeonatos brasilienses, com times fortes de Sobradinho, Planaltina. Joguei pelo Colorado de Sobradinho, que nem deve mais existir. Me destaquei e um treinador do Brasília me chamou. Com 13 anos, eu fui para o Brasília, disputei dois campeonatos brasilienses infantis e fui artilheiro nos dois. Aí tive a oportunidade de ir para o Caxias, no Rio Grande do Sul.;

A despedida de Brasília
;Meus pais ficaram meio receosos de me liberar, porque eu estava indo sozinho, mas meu sonho era muito forte. O meu desejo era grande de jogar futebol, então eles deixaram eu ir. Com 15 anos, eu estava no Caxias, em uma equipe em que tudo era diferente, onde se treinava todos os dias. Em Brasília, não se treinava tanto. Lá, eu fui realmente me formando como jogador de futebol.;

Retornos
;Vou sempre para Brasília. Tenho familiares por lá. Meus tios, minhas tias, meus primos estão todos na cidade. Passo todo fim de ano praticamente lá. Ás vezes até quando tenho um tempinho no fim de semana vou para Brasília. Gosto de ficar na casa dos meus tios em Taguatinga. A gente faz um churrasco, chama os amigos. Às vezes dou uma passeada, vou ao shopping. E às vezes vou a lugares onde toca música sertaneja, que eu gosto bastante. Tenho uns amigos que tocam lá, a dupla Pedro Paulo e Matheus, Renê e Ronaldo, Chico Rey e Paraná. Estou sempre junto para escutar.;

Mudanças
;A minha antiga quadra mudou bastante. Está bem diferente. No campinho onde a gente jogava tinha quadra de vôlei, de futebol. Agora só tem árvores, é mais quieto, mais sossegado. Quando eu vou lá, quase não vejo ninguém. Na minha época você via todo mundo na quadra, crianças, adolescentes, se tinha muito contato um com o outro. Hoje esse contato está meio restrito. Você não vê muita gente brincando em baixo nos blocos.;

Carinho e orgulho
;Tenho um carinho grande por Brasília. Toda vez eu vou lá e participo de algum evento ou alguma festa. Muitos vêm me cumprimentar, tirar foto. Muitos me veem como ídolo, como cidadão brasiliense. E eu tenho orgulho de lá, de ter nascido em Brasília, ser brasiliense.;

Gama ou Brasiliense?
;Por incrível que pareça não torcia para nenhum time. Eu torcia um pouco para o Brasília, que era o time que eu jogava. Mas não torcia muito. Quando criança, o futebol de Brasília era muito precário. Hoje está um pouco melhor. O Gama deu um salto grande, o próprio Brasiliense está fazendo um bom trabalho. Mas antes não tinha. Acompanhava mais o paulista e o carioca.;

Times brasilienses na Série A
;É o que eu mais torço. Torço para o Gama subir, o Brasiliense também. Até para eu poder ir para Brasília e jogar lá. Tenho essa vontade.;

Fim de carreira no DF
Olha, pode acontecer. Nunca se pode dizer não, principalmente no futebol. Quem sabe? Quem sabe a gente tem uma oportunidade e pode encerrar a carreira em Brasília, jogando com os familiares, na cidade onde eu comecei. Mas a princípio esse pensamento não está tão fixo na minha cabeça, não é uma ideia concretizada. Mas quem sabe?;


QUEM É ELE

Nome completo: Washington Stecanela Cerqueira
Apelido: Coração Valente
Data de Nascimento: 1/04/1975 ; Brasília-DF
Dados: 1,89m / 89kg / destro
Posição: Centroavante


Clubes profissionais


; Caxias-RS (91-96 e 98-99)
; Internacional (97)
; Ponte Preta (98 e 2000-2002)
; Paraná (99-2000)
; Fenerbahçe-TUR (2002-2004)
; Atlético-PR (2004)
; Tokyo Verdi-JAP (2005)
; Urawa Red Diamonds (2006-2007)
; Fluminense (2008)
; São Paulo (2009)

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