postado em 28/09/2009 08:47
Parado desde março deste ano, quando se submeteu a uma artroscopia na tíbia, Amoroso foi homenageado, ontem, pelos antigos colegas do time da Assefe (Associação dos Servidores do Senado Federal), e garantiu que a carreira de jogador profissional está encerrada. %u201CNão vou jogar mais, tenho outras ambições%u201D, enfatizou. Nascido em Brasília, Amoroso se destacou no Guarani, aos 17 anos. Também foi no time de Campinas que tentou pendurar as chuteiras, mas não conseguiu.
No início do ano, chegou a provocar o amigo Ronaldo, dizendo que disputaria com ele a artilharia do Campeonato Paulista. Mas logo se lesionou e teve que fazer a cirurgia. Em agosto, tentou voltar para ajudar a equipe a subir para a Série A, mas a diretoria não o quis. Amoroso garante que não tem mágoas. %u201CEstou na torcida para que o Guarani suba.%u201D Mais que isso, diz que pretende fazer ainda uma partida oficial de despedida com a camisa alviverde %u2014 e outra com a do italiano Udinese, onde foi artilheiro em 1999.
%u201CO futebol é muito ingrato%u201D, lamentou o jogador. Apesar de acreditar que poderia continuar atuando, ele diz que não tem mágoas de parar aos 35 anos. %u201CMe preparei para esse momento. Não dói porque conquistei tudo o que queria.%u201D Entre as conquistas na carreira, ele ressalta a artilharia do campeonato italiano %u2014 Mazzola é o outro brasileiro que também alcançou o feito %u2013, do campeonato alemão, na temporada 2001-2002, além da Copa América, em 1999, com a Seleção Brasileira, e do Mundial de Clubes da Fifa, em 2005, pelo São Paulo.
O futebol mudou
Amoroso reclama que, apesar de se sentir em condições de jogar, decidiu encerrar a carreira, entre outros motivos, pelo momento que o futebol vive. %u201CFutebol hoje é negócio, em vez de ser algo gratificante%u201D, justificou. O jogador critica os treinadores que negociam passe de jogador e o jogo de influências que toma conta da modalidade. %u201CMinha época já passou%u201D, assegurou.
Para o futuro, ele, que mora em Campinas com a família, fala em atuar em outras áreas. %u201CTenho meus projetos sociais e meus empreendimentos imobiliários.%u201D Mas não descarta a possibilidade de voltar ao esporte: %u201CComo dirigente até pode ser, mas treinador não%u201D, avisou.
20 anos depois%u2026
%u201CCadê o Márcio?%u201D, berrava Ferreirinha. José Ferreira Leite, 67 anos, técnico do primeiro time infantil da Assefe e comandante de Amoroso %u2014 Márcio Amoroso dos Santos. Ontem, ex-jogadores e comissão técnica se reuniram para comemorar os 20 anos da equipe e homenagear o filho famoso que deixou o gramado. Foi uma festa só.
%u201CEra algo de família, não só nós, mas nossos pais eram amigos%u201D, conta André Vilarim Muniz, um dos idealizadores do evento. Ferreirinha não parava de contar histórias daquela época. Sobrou para Amoroso. %u201CO Márcio era preguiçoso para fazer preparação física, o negócio dele era a bola%u201D, denunciou. %u201CO pior é que eu era mesmo%u201D, admitiu o ex-atacante.
Ele era só sorrisos entre os amigos que não via há tanto tempo, e já pensa em repetir o encontro. %u201CQuem sabe ano que vem faremos o 21º ano do time e todo ano possamos repetir.%u201D Em campo, ele fez a diferença. O seu time venceu por 8 x 1, com direito a três tentos do goleador.