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Chicago e Tóquio têm que enfrentar os próprios moradores pela candidatura às Olimpíadas

postado em 01/10/2009 20:39

Luiz Roberto Magalhães
Enviado Especial

Copenhague ; Participar de uma campanha para sediar uma olimpíada nunca foi tarefa fácil. Trata-se do maior processo de concorrência do planeta. E quem se arrisca a se candidatar seriamente tem que estar disposto a abrir os cofres. Gasta-se muito para conquistar o direito de realizar a competição (os valores das candidaturas de Rio de Janeiro, Chicago, Madri e Tóquio giram entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões), mas as pequenas fortunas são um trocado se comparadas ao que é preciso para organizar uma olimpíada. Quem se dispõe a isso tem que estar pronto para entrar na casa dos bilhões de dólares, o que não é bem visto por muita gente.

[SAIBAMAIS]Na Dinamarca, um pequeno grupo de norte-americanos e japoneses, entretanto, levou a insatisfação ao extremo. Na quarta-feira, enquanto o lobby corria solto com os representantes das quatro concorrentes no saguão do Hotel Marriot, três pessoas se empenhavam em uma tarefa inversa, para dor de cabeça dos que investem na cidade dos Estados Unidos.

O trio fazia parte do No Games Chicago, uma organização que tenta desmantelar a candidatura norte-americana sob a justificativa de que a empreitada dará prejuízo aos cidadãos do lugar. "Achamos que vamos desperdiçar dinheiro, vamos quebrar a nossa cidade", reclama o professor universitário Thomas Tresser. "Temos uma enorme corrupção política em Chicago e achamos que é melhor construir escolas do que fazer essa festa daqui a sete anos."

Um dos gerentes da candidatura de Chicago, Patrick Rayn, rapidamente se empenhou em tirar qualquer crédito das opiniões da turminha do No Games Chicago. Para ele, a candidatura norte-americana está amparada por grande apelo popular.

Segundo o grupo, cerca de 500 mil pessoas em Tóquio são contra a candidatura japonesaJaponeses chateados

Nove pessoas, todas moradores de Tóquio, desembarcaram em Copenhague no último dia 29 para tentar persuadir os eleitores do COI a votar em qualquer outra candidata (Rio, Chicago ou Madri) que não seja a representante do Japão. Munidos de panfletos, eles explicaram os motivos do protesto.

"A decisão do governo (de concorrer) deveria ter passado pelos moradores de Tóquio", explicou Takashi Inoue, secretário-geral da Nova Federação Esportiva do Japão, com sede em Tóquio. "Eles deveriam ouvir os moradores e os círculos econômicos ao invés de terem tomado uma decisão unilateral. Não houve um movimento democrático nessa candidatura", reclamou.

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