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Rio faz história e conquista direito de sediar as Olimpíadas de 2016

postado em 02/10/2009 14:14

Orlando Silva, Eduardo Paes, Lula, Sérgio Cabral, Nuzman e Osório: festa em CopenhaguePela primeira vez na história, a América do Sul será sede de uma edição dos Jogos Olímpicos. Em votação realizada nesta sexta-feira, na Dinamarca, os membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) escolheram a "Cidade Maravilhosa" para abrigar a edição de 2016 da disputa.

Os brasileiros bateram a espanhola Madrid na finalíssima. Considerada uma das favoritas, Chicago caiu logo na primeira rodada da votação, a despeito da passagem do presidente Barack Obama pelo hotel onde foi realizada a escolha. Tóquio, no Japão, foi a segunda eliminada.[SAIBAMAIS]

A escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016 marca a realização de um sonho que começou em 1993. À época, o então presidente da Fifa, João Havelange, e o dono da Rede Globo, Roberto Marinho, procuraram o prefeito Cesar Maia com a proposta, cujo objetivo era transformar a capital fluminense "em uma das cidades mais importantes do mundo".

Vexame

O projeto carioca começou a ser tocado na primeira metade da década de 90 e a primeira tentativa foi feita tendo em vista a Olimpíada de 2004. Entretanto, sem nenhuma experiência em candidaturas do tipo, o Rio deu vexame e foi eliminado ainda na primeira fase, com apenas 3,8 pontos em dez possíveis na primeira avaliação.

Decepcionados, os dirigentes brasileiros abdicaram da disputa por 2008 para focarem esforços na briga pela sede dos Jogos Pan-americanos de 2007. A vitória na eleição continental novamente inflou os sonhos verde-amarelos e o Rio de Janeiro lançou-se candidata para a edição de 2012 do evento esportivo mais importante do planeta. A nota, desta vez, foi menos pior, 4,7, ainda assim insuficiente para evitar uma derrota logo no início do pleito.

Para chegar ao mais importante êxito esportivo brasileiro fora dos campos, quadras, pistas, tatames e piscinas, o Rio de Janeiro conseguiu impor uma bela virada sobre os oponentes Tóquio, Madrid e Chicago. Isso porque a cidade classificou-se à fase decisiva da eleição com a pior nota entre as sobreviventes (6,5, contra 8,3 dos japoneses, 8,1 dos espanhóis e 7,0 dos norte-americanos).

A cidade, aliás, só não amargou nova eliminação precoce porque Doha, que teve nota 6,9, foi desclassificada pelo Comitê Olímpico Internacional ao sugerir a realização do evento em outubro em busca de melhores condições climáticas - a entidade deixou bem claro que queria que a disputa fosse realizada entre julho e agosto.

Entretanto, pesou a favor do Rio o fato de a América do Sul jamais ter abrigado uma Olimpíada, além de o Brasil ser uma das mais fortes economias emergentes do mundo, que pouco sentiu os efeitos da recente crise econômica internacional. "Nós não somos o ;paisinho; que as pessoas pensavam", afirmou o presidente Lula, em entrevistas dadas nos dias que antecederam a escolha.


Comitiva

Lula foi à Dinamarca acompanhado de uma comitiva verde-amarela com mais de cem pessoas, entre elas o ministro da Justiça, Tarso Genro, cuja presença serviu para garantir que a famigerada violência carioca não vai atrapalhar os planos olímpicos.

"Os problemas de violência que nós enfrentamos não são estranhos a outras cidades, inclusive candidatas como o Rio. Há graves problemas de segurança pública envolvendo questões de racismo, de terrorismo", afirmou Genro, para tranquilizar os membros do COI.

Ministro do Esporte, Orlando Silva também demonstra otimismo no sucesso do Rio-2016. "O COI compreendeu e aprovou o conceito dos Jogos aqui. Será um evento de transformação e inclusão social. Jogos Olímpicos que farão a diferença", destaca o político.

Para o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e da candidatura do Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, as Olimpíadas de 2016 serão lembradas positivamente por muito tempo, e não somente no aspecto esportivo. "Estamos confiantes de que o Rio de Janeiro realizará Jogos Olímpicos e Paraolímpicos inesquecíveis, com o poder de transformar o país e o continente", assegura o dirigente.

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