postado em 03/10/2009 16:32
São Paulo (SP) - A etapa do Japão ainda nem foi realizada, mas Interlagos já começa a se movimentar para a realização do GP do Brasil de Fórmula 1. Neste sábado foi realizado o simulado geral para a disputa, onde foram testados com sucesso os procedimentos de resgate, combate a fogo, atuação de fiscais de pista e monitoramento de prova, entre outros.
Para receber a edição 2009 da prova, que pode decidir o título da temporada, a Prefeitura de São Paulo investiu R$ 22 milhões de reais. O foco ficou por conta da melhora das condições de segurança em alguns pontos da pista, única exigência feita pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
Local onde morreu o piloto Rafael Sperafico durante uma etapa da Stock Car Light em 2007, a Curva do Café teve o muro de concreto modificado: se, antes, público e pista chegavam a ficar separados por até 15 metros em alguns pontos, agora essa distância é de apenas três metros.
"Houve uma pequena mudança no ângulo do muro e, agora, se algum piloto bater lá, o carro não terá a tendência de voltar para a pista, mas sim de ir derrapando pelo muro. É mais seguro", explicou o administrador do autódromo, Chico Rosa. Sperafico morreu justamente ao ser atingido em cheio pelo carro do piloto Renato Russo depois que seu carro voltou desgovernado para o asfalto após um choque.
Para que o público na área não seja atingido por detritos, uma barreira de pneus será instalada no local, assim como 400 metros de grades de cinco metros de altura. Cerca de três meses depois do acidente de Rafael, um motociclista do curso de pilotagem morreu no mesmo ponto.
A organização do GP do Brasil também trabalha para fazer uma pequena modificação no atendimento a pilotos acidentados: atualmente, em caso de batida, o resgate é feito inicialmente por uma equipe de intervenção rápida, cujo trabalho é sucedido por uma equipe de extração do carro. A ideia, que ainda precisa ser aprovada pela FIA, é unir esses profissionais em um time só. Desta forma, o número de profissionais envolvidos no atendimento cairia de oito para cinco pessoas.
"Queremos um trabalho mais horizontal, onde o pessoal da extração ajuda o pessoal da intervenção e todos ajudam até a ambulância chegar. Trabalharíamos com menos gente e com mais eficiência", comentou Dino Altmann, diretor médico do GP do Brasil. "Quanto menos gente, melhor para controlar a situação. A minha experiência mostra que há como fazer um trabalho bem feito sem todo esse aparato exigido pela FIA", continuou.
Outra novidade para o GP do Brasil 2009 é a reforma da área destinada ao Hospitality Center, que ganhou novo piso e dois módulos de sanitários. No restante do ano, o local será destinado para shows. No asfalto, mão houve nenhuma mudança. "Esse foi o ano que a pista nos deu menos trabalho", assegurou Rosa.
Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab fez uma visita ao autódromo na manhã deste sábado e gostou do que viu - a previsão é que em 2009 o autódromo dê um lucro de R$ 1 milhão de reais, contra R$ 400 mil do ano passado, quando a instalação encerrou um déficit histórico de quase 20 anos.
"Estou bastante entusiasmado com as novas benfeitorias em Interlagos e com a organização. Tenho certeza que teremos mais um Grande Prêmio à altura da tradição brasileira. Estou com a esperança muito grande de que aqui o Rubinho começará a caminhar para o título", afirmou Kassab.