postado em 07/10/2009 10:18
Nos 100m livre, Gustavo Borges foi prata em Barcelona-1992 e bronze em Atlanta-1996. Em Atenas-2004, o atleta tinha índice para nadar a distância, mas preferiu fazer sua despedida olímpica apenas no revezamento 4x100m livre. Albertinho Silva, técnico de César Cielo, lembra a trajetória do ex-nadador e coloca em dúvida a participação do atual campeão olímpicos dos 50m livre no Rio de Janeiro-2016.
"Eu acompanhei o Gustavo em sua última Olimpíada. Ele tinha índice para os 100m, mas não quis nadar só para participar tentando entrar em uma final. Com o César, acho que será mais ou menos por aí. Ele já é campeão olímpico e está entre os favoritos para 2012. Então, não vai para 2016 só com o nome. Ele vai querer estar competitivo", raciocinou Albertinho em entrevista à GE.Net.
Para contar com o nadador em condições de brigar pelo ouro em 2016, quando ele terá 29 anos, um dos desafios de seu staff é mantê-lo motivado após títulos olímpicos e mundiais. "Sempre tem uma dificuldade nesse sentido, mas cabe ao César e às pessoas que trabalham com ele sempre buscar alguma coisa nova. Você tem que criar motivação e propor novos desafios", afirmou o treinador.
Albertinho citou como exemplo o nadador norte-americano Michael Phelps, dono de 14 medalhas de ouro olímpicas. Sem rivais, o atleta resolveu competir nas provas de velocidade, atualmente dominadas justamente por César Cielo. "Não é que ele é louco, está buscando uma motivação nova e se colocando novos desafios", declarou o treinador.
Nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, Cielo foi bronze nos 100m livre e ouro nos 50m livre. No Mundial de Roma-2009, ele levou o ouro nas duas provas e ainda cravou o novo recorde mundial na distância mais longa. Apesar de medir as palavras para comentar o assunto, Albertinho não descarta a possibilidade de ver o atleta no Rio de Janeiro-2016.
"Você não deixa de já ter experimentado a sensação de estar no pódio olímpico, mas se o César sentir que está competitivo, tenho certeza que ele vai querer estar na Olimpíada no país dele", declarou o técnico. O nadador esteve em Copenhague para fazer campanha pela candidatura carioca na última semana e manifestou o desejo de competir no Rio de Janeiro.
Albertinho Silva, que também é técnico da seleção brasileira, pretende trabalhar nos Jogos de 2016. Independente da possível participação de Cielo, ele prevê um aumento da pressão em cima dos atletas brasileiros e pede investimento. "Os países sede sempre investem pesado para chegar na sua Olimpíada e lutar entre os melhores. O Brasil não pode fazer os Jogos só para os outros festejarem. A cobrança vai ser muito grande", previu.