Gustavo Ribeiro
postado em 15/10/2009 09:07
Foram pouco mais de três meses de obras para levantar a Vila Olímpica Rei Pelé, em Samambaia, primeira unidade no Distrito Federal. Amanhã, o local será inaugurado. A data foi escolhida para que coubesse na agenda do atleta do século, que dá nome à vila e vai acompanhar o lançamento. Por isso, os trabalhos de construção tiveram que ser feitos a toque de caixa, e as portas serão abertas à comunidade antes que a minipista de atletismo seja inaugurada. O piso emborrachado só deve ser instalado daqui a um mês. Outro ponto ainda aquém do ideal tange o pessoal que vai atender o público. A demanda é para 98 profissionais, mas o quadro atual é composto por apenas 40 pessoas, entre professores, estagiários e funcionários administrativos.Mas para as ex-jogadoras de vôlei Ricarda Negrão e Leila Barros, que serão as responsáveis pela administração da vila, as limitações iniciais servem como estímulo. ;Ao longo de nossas carreiras, aprendemos a trabalhar sob pressão. Viemos de peito aberto;, garante Leila. A companheira ainda complementa: ;A população já vê muita coisa pronta. Para que esperar?;
Credenciadas pelos quatro anos à frente do Instituto Amigos do Vôlei(1), elas assumiram o projeto há apenas duas semanas. ;O trâmite durou alguns meses. Primeiro, tivemos que elaborar uma proposta de gestão e apresentá-la à Secretaria de Esportes. Depois, era preciso esperar para saber se outra organização iria se interessar. Chegamos com as obras a mil;, lembra Ricarda. A expectativa é a de que tudo esteja funcionando a pleno vapor daqui a dois meses. ;Além da estrutura, temos ainda que definir a grade horária das modalidades de acordo com a procura;, esclarece a ex-líbero da Seleção Brasileira.
O trabalho de gestão vai contar com R$ 5 milhões anuais para cuidar de todas as contas, como manutenção da estrutura, salários e custeio dos uniformes (a ser entregues a cada aluno gratuitamente). A média mensal é de R$ 416 mil. Os cursos de capacitação oferecidos aos funcionários, como o de humanização no atendimento, entretanto, não estão previstos no orçamento. Foram frutos de parcerias firmadas pelas responsáveis pela administração.
A Vila Rei Pelé abre as portas amanhã já pronta para atender mil crianças e adolescentes. A expectativa para o futuro é a de quadruplicar esse número. Com exceção do atletismo, todos os outros esportes (2)estarão disponíveis. Para a festa, dois painéis com a imagem do maior jogador de todos os tempos estão entre as atrações. Ricarda, ansiosa para encontrar o eterno camisa 10 da Seleção, já adianta: ;Vou tietar!”
Cidadania
O projeto social idealizado pelas duas ex-jogadoras visa promover a inclusão social por meio do vôlei. Começou em Taguatinga e, hoje, já abrange cerca de 20 núcleos em todo o DF e atende mais de 2.600 crianças. Depois que Ricarda e Leila assumiram as rédeas da Vila Olímpica, o Amigos do Vôlei passou a ser administrado pela também ex-jogadora Maria Estela.
Estrutura
A área de 30.800m; vai abrigar duas piscinas, duas quadras poliesportivas, uma coberta e outra descoberta, um campo de futebol sintético, uma quadra de tênis, uma quadra de vôlei de areia, uma parede de escalada, uma minipista de atletismo e duas churrasqueiras. Além de esportes, a vila vai oferecer aulas de dança de salão para a terceira idade.
CONSTRUÇÃO
As obras começaram em 2 de julho e ainda estão intensas por todo o complexo. O pico de trabalho contou com mais de 180 funcionários. Nesta etapa final, cerca de 110 pessoas executam as últimas tarefas no local, como plantio de grama, árvores e retoques nas quadras. A construtora responsável por todo o processo é a SCB Engenharia, que venceu as duas licitações para o local. Os dois contratos somam R$ 12,4 milhões.