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Em nome da pátria alheia

Nove das 23 seleções classificadas apostam em técnicos estrangeiros. Argentinos são os preferidos

Marcos Paulo Lima
Marcos Paulo Lima
postado em 16/10/2009 09:36
A Copa do Mundo já teve sete nações campeãs, mas Brasil, Argentina, Uruguai, Inglaterra, França, Itália e Alemanha nunca recorreram aos ensinamentos de um técnico estrangeiro para conquistar o título. A julgar pelo crescimento do número de treinadores importados no torneio - foram 16 em 2006 -, o tabu está perto de ser quebrado. Garantido no Mundial da África do Sul, em 2010, e forte candidato ao título, o English Team é um dos nove países adeptos da tese de que santo de casa não faz milagre. Campeã em 1966, a Inglaterra paga caro a um funcionário importado para sair da fila de 44 anos sem título. Aos 63 anos, Fabio Capello recebe 21 milhões de euros por ano para encerrar o jejum. O investimento valeu a pena nas Eliminatórias. A seleção exibiu um futebol convincente e teve a classificação mais tranquila desde a ausência na Copa de 1994, nos Estados Unidos. Não fez mais do que a obrigação. O dinheiro só terá sido bem investido se ele repetir a glória de Alf Ramsey. Além da Inglaterra, a Suíça se classificou sob a batuta de um gringo. O técnico alemão Ottmar Hitzfeld foi o responsável por assinar o visto do país-sede da Fifa para o Mundial. Menos badalados, dois argentinos fizeram sucesso nas Eliminatórias Sul-Americana. Preteridos no país portenho, Gerardo "Tata" Martino classificou o Paraguai. A cruz de Marcelo Bielsa foi mais pesada. Além de levar o Chile de volta à Copa, ele ajudou indiretamente a própria Argentina a carimbar vaga e deu uma força para o Uruguai ir à repescagem, ao vencer o Equador, na última rodada. O salvador da pátria de Honduras é colombiano. Reinaldo Rueda conduziu o país da América Central de volta ao Mundial após 28 anos. A única participação havia sido em 1982, na Espanha, e a seleção não fez feio. Empatou com a anfitriã e com a Irlanda do Norte, e só perdeu para a extinga Iugoslávia. Na seletiva africana, Costa do Marfim garantiu presença graças a um técnico... bósnio. Vahid Halihodzic é o nome do milagreiro. Anfitriã da Copa, a África do Sul vive entre tapas e beijos com Joel Santana. O brasileiro balança, balança, mas não cai. Conservadoras, as seleções asiáticas preferiram apostar nos santos de casa. As Coreias do Sul e do Norte e o Japão, famosos por importar técnicos, preferiram economizar grana. A Austrália, não. Contente com o trabalho de Guus Hiddink, em 2006, despejou uma grana no bolso de outro holandês e se deu bem. Pim Verbeek classificou os Cangurus. Os comandantes OS NOVE IMPORTADOS África do Sul Joel Santana, 60 anos País: Brasil Austrália Pim Verbeek, 53 anos País: Holanda Costa do Marfim Vahid Halilhodzic, 57 anos País: Bósnia-Herzegovina Chile Marcelo Bielsa, 54 anos País: Argentina Gana Milovan Rajevac, 55 anos País: Sérvia Honduras Reinaldo Rueda, 52 anos País: Colômbia Inglaterra Fábio Capello, 63 anos País: Itália Paraguai Gerardo Martino, 47 anos País: Argentina Suíça Ottmar Hitzfeld, 61 anos País: Alemanha OS 14 SANTOS DE CASA Brasil Dunga, 45 anos México Javier Aguirre, 50 anos Estados Unidos Bob Bradley, 51 anos Espanha Vicente del Bosque, 59 anos Alemanha Joachim Loew, 49 anos Dinamarca Morten Olsen, 60 anos Argentina Diego Maradona, 48 anos Sérvia Radomir Antic, 60 anos Holanda Bert van Marwijk, 57 anos Eslováquia Vladimir Weiss, 45 anos Itália Marcello Lippi, 61 anos Coreia do Norte Jong Hun Kim Coreia do Sul Jung-Moo Huh, 54 anos Japão Takeshi Okada, 53 anos

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