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Fifa abre processo disciplinar contra Maradona

Agência France-Presse
postado em 16/10/2009 10:46
CAIRO - O presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter, anunciou nesta sexta-feira (16/10) no Cairo que a entidade vai abrir um processo disciplinar contra o técnico da Argentina, Diego Maradona, após as declarações do ex-jogador depois da classificação do país para a Copa do Mundo de 2010. "Não nos resta outra opção que abrir um processo disciplinar contra o técnico da seleção argentina, Diego Maradona", afirmou Blatter em uma entrevista coletiva horas antes da final di Mundial Sub-20 entre Brasil e Gana. Maradona, após a vitória de 1 x 0 da Argentina sobre o Uruguai que garantiu a vaga do país no Mundial da África do Sul-2010, ofendeu violentamente os jornalistas que o criticavam, o que desatou um escândalo no país. "Isto é para os que não acreditaram nesta seleção e para os que me trataram como um lixo. Hoje estamos no Mundial. Sem ajuda de ninguém e com todos as honras. Aos que não acreditaram, que chupem%u2026", afirmou o técnico, entre outros impropérios, na noite de quarta-feira. Blatter afirmou que o relatório sobre as palavras de Maradona será analisado pelo comitê disciplinar da Fifa. "Segundo o artigo 58º, alguém que por meio de atos ou palavras fira a dignidade de uma pessoa pode ser punido", afirmou Blatter. Mas o presidente da Fifa não quis fazer comentários específicos. "O caso vai ao comitê disciplinar e não posso comentar nada. É um assunto da jurisdição deste comitê". Criou polêmica O desabafo de Maradona dominou as primeiras páginas de todos os jornais na Argentina. "Um festejo de rancor", afirma o jornal La Nación, que comenta o comportamento de um Maradona "dominado pela ira, que se consumiu em seu próprio rancor". "Desafiante e desrespeitoso", sentenciou a publicação. "Quem não chora, não mama", ironizou, por sua vez, o jornal esportivo Olé, em alusão à letra do tango "Cambalache" e estampando uma foto do abraço de Maradona e Carlos Bilardo, o secretário de Seleções, ambos chorando depois da vitória. "Justo na noite em que conseguiu o objetivo, Maradona não relaxou e desfrutou, ao contrário, atacou com um discurso agressivo e de mau gosto", comentou o Clarín. Depois da explosão do ex-craque, 79% dos torcedores opinaram que a Associação de Futebol Argentino (AFA) deveria demitir Maradona, segundo pesquisa do La Nación entre seus leitores no site do jornal.

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