postado em 25/10/2009 14:30
Carlos Alberto Parreira voltará à Granja Comary em janeiro, mas desta vez não será com a seleção brasileira. Depois de reassumir o comando da seleção da África do Sul com a demissão de Joel Santana, o treinador revelou ao jornal inglês Sunday Times que levará os Bafana Bafana para Teresópolis com o intuito de aproveitar o isolamento para arrumar o time para a Copa do Mundo de 2010.
"A reserva já foi feita para nós, para que possamos treinar lá em janeiro", disse Parreira, que, depois do Brasil, ainda passará período na Alemanha com o elenco sul-africano. "Somos a única equipe com o luxo de treinar por três meses e devemos usar isso de forma proveitosa. Devemos nos preparar como se fosse para uma guerra. O espírito precisa ser este", explicou.
Os Bafana Bafana vivem momento complicado. Os péssimos resultados obtidos na série de amistosos sob o comando de Joel Santana deixaram o time desacreditado. Embora as principais críticas fossem direcionadas ao ex-treinador do Flamengo, Parreira sabe que o primeiro aspecto a ser trabalhado é o motivacional. Mesmo afastado do grupo, ele se sente preparado para fazer isso.
"A prioridade número um é trazer de volta a autoestima dos jogadores. A tarefa é extrair energia positiva, maximizar suas forças coletivas e individuais. Todos devem dar tudo pelo time. O que trabalhará a meu favor é o fato de eu não ser um estranho para a situação. Conheço a cultura, as características dos jogadores, seus pontos fortes e fracos", afirmou o comandante.
Parreira chega à África do Sul em 5 de novembro para reiniciar os trabalhos. Sua reestreia no comando do selecionado está marcada para 14 do mesmo mês, em amistoso contra o Japão. Três dias depois, enfrenta a Jamaica. O treinador ainda aproveitou para explicar o motivo pelo qual aceitou retornar ao cargo e descartou que a questão financeira tenha sido primordial.
"Não voltei pelo dinheiro, mas sim pelo prazer de trabalhar com os jogadores. Acredito no time e aprecio o privilégio de comandar a seleção anfitriã. É algo incalculável", afirmou, sem se arrepender de ter pedido demissão do cargo - retornou ao Brasil para cuidar da saúde de sua esposa.
"Nunca abandonei os Bafana Bafana. O que aconteceu com minha mulher poderia ter acontecido com qualquer um. Tenho certeza de que qualquer marido, pai, mãe, filho, esposa dedicado, se tiver sentimentos, nunca abandonaria um membro próximo da família em um momento de necessidade. Não me arrependo da minha decisão, pois senti que era o certo a fazer", complementou.