postado em 26/10/2009 10:37
Nos próximos sete anos, o Brasil irá receber os dois eventos esportivos mais importantes do planeta: a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016. Trata-se de algo inimaginável até pouco tempo atrás, mas que vai gerar boas oportunidades de trabalho para os brasileiros, de trabalhadores braçais que vão auxiliar nas diversas obras até empresários dispostos a venderem produtos e promoverem suas marcas.
"Será uma grande oportunidade para o setor de serviços, turismo e entretenimento. A área de preparação, como treinamentos, também vai crescer muito, pois eles estão sempre se dimensionando para atrair a demanda", comenta o coordenador da pós-gradução em marketing da ESPM Rio de Janeiro, Luiz Romero. "É como uma grande loja no shopping, onde todas as outras pequenas lojas também se beneficiam", compara.
De acordo com ele, o ineditismo da situação ainda não permite saber com exatidão como esse processo se dará, mas uma coisa é certa: faltam profissionais preparados. "O nosso mercado de esportes ainda está muito amador, basta olhar para a Europa. Toda cadeia esportiva pode se desenvolver mais", destaca.
Mestre em administração de empresas e professor das disciplinas de planejamento estratégico e gestão de serviços na Universidade Mackenzie, o professor Marcos Morita concorda. "A parte de serviços é uma que mais deveríamos nos preocupar. Sem regionalismos, mas quando se vai para o interior ou para o Norte você percebe o serviço um pouco mais lento. E isso poderia manchar a imagem do Brasil", exemplifica.
De acordo com ele, executivo há 15 anos em multinacionais, o país deve se preparar para estes eventos como se fosse em uma empresa. "Primeiro, é preciso desenvolver as metas grandes e depois as metas menores. É como se fosse uma casa", compara.
Sócio-diretor da TNS Sport do Brasil, empresa líder mundial em pesquisas esportivas, César Gualdani, a realização de uma Copa e de uma Olimpíada em tão curto espaço de tempo em um mesmo país não vai provocar a canabalização das verbas esportivas.
Ele explica como os empresários podem se beneficiar do bom momento que se aproxima. "As Olimpíadas e a Copa já possuem parceiros oficiais, mas nada impede que outras empresas também se utilizem do esporte, através de patrocínios individuais e ações de relacionamento", analisa o profissional.
Gualdini indica apoios de longo prazo, já que, na visão dele, patrocínios de pontuais, às vésperas das competições, não surtem efeito. "Existe tempo hábil para o investimento no esporte e as modalidades olímpicas são mais acessíveis. O momento agora é de se olhar para o horizonte", afirma.