postado em 28/10/2009 08:29
São Paulo e Internacional têm os mesmos 52 pontos e compartilham uma mesma ambição: vitória no jogo de hoje, às 21h50 no Morumbi, e, de quebra, a conquista da liderança provisória do Brasileiro. Isso porque Palmeiras e Atlético-MG, os dois primeiros na tabela, só jogam amanhã. Para o tricolor e o colorado, vencer significa deixar o adversário para trás e embalar na reta final da competição. Derrota ou empate podem significar a saída do G-4 e até o adeus ao título. Ingredientes para um grande jogo não faltam.Com a possibilidade de chegar à liderança do torneio pela primeira vez, o técnico Ricardo Gomes não esconde a importância que o confronto com o Inter tem para as pretensões do São Paulo. ;O vencedor sairá fortalecido e o derrotado terá de fazer um milagre para continuar na briga. Não que não terá mais chances, vai continuar na briga, mas sai fragilizado;, admite o treinador tricolor.
Para o jogo contra os gaúchos, reprise da final da Libertadores de 2006 em que o Colorado se deu melhor, o São Paulo confia nas mãos de um goleiro reserva. Suspenso após ser expulso no clássico com o Santos, Rogério Ceni é o único desfalque do time tricolor e terá que assistir à partida do camarote do Morumbi. Deixa as traves para Bosco, 34 anos, que falhou feio contra o Corinthians ao entregar um gol para Ronaldo, mas se recuperou na partida seguinte, salvando o clube contra o Náutico.
;É um grande desafio entrar no lugar do Rogério em todos esses quatro anos que estou aqui. Ter a confiança de todos é essencial, porque sabemos que podemos realizar nosso trabalho com tranquilidade. Assim, o Ricardo Gomes pode pensar só da zaga para frente, porque atrás terá segurança;, explica Bosco, que fraturou a face no primeiro turno do campeonato justamente no empate em 2 x 2 com o Internacional, em Porto Alegre.
Encontro
Para vencer o clássico de seis pontos, o São Paulo conta também com dois trunfos: o retrospecto no Morumbi, onde só perdeu uma vez em 15 jogos, e a volta de Richarlyson. O volante retorna ao time após cumprir suspensão automática com a moral de ser o jogador com mais tempo de São Paulo em campo. E espera manter o tabu de nunca ter perdido para o irmão Alecsandro, atacante do Internacional, no que considera o jogo mais decisivo que os dois já disputaram. ;É um jogo especial, por ele estar brigando pela artilharia e pelo time dele estar em uma sequência de bons resultados, e também pela boa fase que também estamos passando>;
Baixa no tricolor
Ricardo Gomes tem um desfalque para as próximas rodadas do Brasileiro. O zagueiro Rodrigo fraturou a mão direita e ficará longe dos gramados por cerca de um mês. No treino da última segunda-feira, o atleta levou um chute na mão, mas só foi submetido a um exame ontem, quando foi constatada a fratura do primeiro metacarpo. Por isso, o jogador não foi liberado para treinar no campo com o restante do elenco. Ainda não está totalmente descartada a possibilidade de cirurgia.
Estatísticas e curiosidades
Desde que o campeonato é disputado por pontos corridos, São Paulo e Internacional travam uma guerra particular. Em 13 jogos, cada equipe conquistou cinco vitórias, além de três empates. Mas, nas partidas no Morumbi, é o clube paulista quem tem levado a melhor, com quatro vitórias e duas derrotas. Nenhum jogo no estádio são-paulino terminou empatado nestes últimos seis campeonatos. Em 2006, quando sagrou-se campeão pela primeira vez com a nova fórmula por pontos corridos, o tricolor foi seguido de perto pelo time gaúcho, vice-campeão.
Inter adota o mistério
Como costuma fazer nas grandes decisões, o Internacional é todo mistério para o jogo contra o São Paulo, no Morumbi, que pode levá-lo tanto à liderança do Brasileiro quanto para fora da zona de classificação para a Libertadores, dependendo da combinação de resultados da rodada.
Mesmo satisfeito com o 4-4-2 usado para vencer o clássico Gre-Nal no último domingo, o técnico Mário Sérgio indicou, ao fim do treino fechado de ontem, que pode voltar ao 3-5-2. Tudo porque o tricolor paulista, ao contrário do gaúcho, deve iniciar o jogo com dois e não com um atacante. E a preocupação é não dar espaços para as arrancadas de Dagoberto e nem deixar a bola chegar até Washington dentro da área.
A chave do segredo passa pela escalação do jovem volante Glaydson. Se ele entrar no lugar do argentino Guiñazu, suspenso, o meio-campo terá uma linha de quatro jogadores, com dois volantes mais preocupados com as tarefas defensivas. Se a opção for pelo 3-5-2, Daniel entra na ala direita.
;Já jogamos nas duas fórmulas e as duas deram certo;, despista Mário Sérgio ao falar do esquema. Como considera que os jogadores já estão acostumados às duas possibilidades, o treinador também acredita que poderá mudar o posicionamento do time com o jogo em andamento, de acordo com as circunstâncias que forem surgindo.