Foram menos de três meses de treino desde que ela começou a ensaiar os passos na esgrima no Colégio Galois, mas o suficiente para levá-la à final do Campeonato Brasileiro Juvenil e Cadete. A brasiliense Catharine Richter disputou pela primeira vez um torneio, ontem, no Pátio Brasil Shopping, e garantiu a medalha de prata, na categoria espada cadete (até 15 anos). ;Foi uma surpresa. Não imaginava chegar até aqui. Vim sem obrigação e consegui um ótimo resultado;, avaliou Catharine, após perder o duelo para Amanda Simeão, bicampeã brasileira, por 15 x 6.
Com 1,78m, a brasiliense admite que a estatura foi peça chave no bom desempenho. ;Acho que minha altura ajudou. As atletas não estão acostumadas com garotas altas;, comparou. O pai dela, Jefferson Andrade, acompanhou todos os jogos da filha e se mostrou orgulhoso pela atuação da garota. ;Ela foi muito bem para uma estreia. Com certeza vai longe;, disse.
Jogadora de vôlei há mais de seis anos, Catharine confessou que depois de uma má atuação da seleção brasiliense juvenil, na qual atua como ponteira, ela decidiu procurar uma modalidade em que pudesse colher os resultados sozinha. ;Já pensava na esgrima antes de perdermos no Brasileiro (de vôlei). Voltei com mais vontade e determinada a entrar no esporte.;
Vaidosa como as meninas de sua idade, ela admitiu que outro atrativo foi a roupa utilizada na esgrima. ;Depois que assisti aos jogos, me animei. Hoje gosto não só da roupa, mas adoro o que faço e não pretendo parar;, afirmou.
Dividida entre os treinos de vôlei, de esgrima e as aulas do 1; ano do ensino médio, ela disse que ainda não decidiu em qual esporte vai investir. ;Sei que uma hora vou ter que escolher, mas ainda não sei;, argumentou.
A estreia de Catharine teve uma dose de nervosismo. Mas a jovem utilizou a experiência adquirida nas quadras de vôlei para driblar a emoção. ;No vôlei, fico ainda mais tensa e preciso me controlar. Consegui fazer o mesmo aqui. Além disso, soube me deslocar bem no jogo, graças à minha mobilidade nas quadras;, comparou.
Com a medalha de prata no peito, Catharine não vai descansar. Ela embarca hoje para Curitiba, onde disputa a Taça Paraná, pelo time Fábrika de Atletas, do Sagrado Coração de Maria. ;É muita correria. Mas eu gosto;, contou a jogadora.
Treinos na França
A campeã de espada cadete, Amanda Simeão, também conquistou, no Brasileiro do ano passado, o ouro na cadete (15 anos), a prata na categoria até 17 anos e o bronze, na até 21. Determinada a estar nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, ela embarca em dezembro para Paris, onde vai treinar com um dos melhores técnicos de esgrima do mundo Daniel Levavasseur. ;Vou ficar lá até ele falar que eu posso voltar. Meu objetivo não é só 2016, mas outras olimpíadas e mundiais;, afirmou.
Quem é ela
Nome: Catharine Richter
Nascimento: 1;/1/1994 ; em Brasília
Altura: 1,78m
Peso: 60kg
Começo na esgrima: há menos de três meses
Conquista: medalha de prata no Campeonato Brasileiro