postado em 31/10/2009 09:46
Dono de oito Grand Slams, o norte-americano André Agassi confessou que usou uma substância proibida na temporada de 1997 em sua biografia. O equatoriano Nicolas Lapentti, ex-parceiro do brasileiro Gustavo Kuerten nos jogos de duplas, condenou a atitude do antigo líder do ranking mundial.
[SAIBAMAIS]"Fiquei um pouco surpreso, porque não acho que vale a pena ele dizer algo assim agora. Acho que seria melhor se ele tivesse mantido em segredo. Ele é um ídolo tão grande, que você se acostuma a vê-lo sempre no alto, e de repente essas coisas te decepcionam um pouco. Mas ele deve ter os seus motivos e devemos respeitá-los", disse Lapentti, ex-número 6 do mundo e campeão nas duplas do Torneio de Adelaide-1999 ao lado de Guga.
André Agassi ainda contou que chegou a testar positivo em um exame antidoping, mas se livrou de qualquer tipo de punição ao enviar uma carta com "mentiras e meias verdades" à Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), entidade sediada nos Estados Unidos.
Para Ricardo Mello, um dos sete brasileiros que já conquistaram um torneio de primeiro nível do circuito, a conduta da organização é ainda mais condenável. "Se aconteceu realmente, fica muito chato, principalmente para a ATP, que arquivou um caso desse e favoreceu um jogador americano", declarou.
Ao comentar o doping de Agassi, Nicolas Lapentti lembrou o caso do argentino Mariano Hood. Ex-20º colocado no ranking de parcerias e dono de 13 títulos em duplas, o tenista testou positivo para finasterida na edição de 2005 de Roland Garros, e não foi poupado.
"Não fizeram nada com o Agassi e suspenderam o Mariano Hood por usar um produto para fazer crescer o cabelo e que não ajuda em nada no rendimento dentro da quadra. É o tipo de coisa que você não entende. Por mais que te ofereçam, se você é um jogador que sabe o que quer e o que tem, não aceita", declarou.
Já o chileno Nicolas Massu, ex-nono colocado no ranking mundial, silenciou quando questionado sobre o escândalo envolvendo o ex-líder da lista. "Eu prefiro não falar a respeito desse assunto. São os responsáveis da ATP que devem cuidar disso", esquivou-se.
O ex-jogador Flávio Saretta, ex-44º do mundo, não acredita na possibilidade de algum tenista usar substâncias ilícitas atualmente. "É difícil. Se tem alguém que usa, faz muito bem feito. Eu joguei por 11 anos e sei como a fiscalização é forte em cima disso", afirmou o brasileiro, que anunciou sua aposentadoria na metade da temporada.
John Fahey, presidente da Agência Mundial Antidoping (WADA), pediu que a ATP investigue o caso, mas informou que uma eventual punição retroativa é improvável. A ATP, por sua vez, prometeu criar uma comissão independente para verificar o escândalo. Para completar, Francesco Ricci Bitti, presidente da Federação Internacional de Tênis (ITF), se disse "surpreso e desapontado".