Superesportes

Olho clínico para caçar talentos

Ex-lateral-esquerdo de grandes clubes, o candango Augusto se dedica a revelar novos jogadores para inseri-los no futebol profissional e exportá-los do DF

postado em 03/11/2009 09:22
Depois de passar 25 anos da sua vida sobre gramados nacionais e internacionais, o ex-jogador de futebol Augusto Pedro de Sousa, 40 anos, resolveu se dedicar a um trabalho pouco visto em Brasília: o de caça-talentos.

;Aos 19, graças a uma indicação do auxiliar-técnico do Vasco na época, Orlando Lelé, que tinha me treinado no Gama, consegui fazer um teste no time de São Januário. Passei e, logo de cara, joguei no Campeonato Carioca, emprestado para o América, onde defendi o time durante três meses e até fiz gol contra o Vasco, no Maracanã;, lembrou. ;Sei o peso de uma indicação e quero ajudar esses meninos que estão começando;, continuou o ex-lateral esquerdo.

Ciente das dificuldades de quem está começando, Augusto quer facilitar a vida dos mais jovensAugusto, que já passou pelo Gama (1990 e 1991), Goiás (1992 a 1996), Portuguesa (1997 a 1999), Corinthians (1999 e 2000), Botafogo (2000 a 2002), Kashima Antlers e Kawashaki Frontale ; times japoneses ; (2002 a 2007), Brasiliense (2007) e Gama (2007), adquiriu, com toda essa bagagem, um olho clínico para detectar novos talentos futebolísticos. ;Numa pelada mesmo. Bato o olho e já sei se o menino tem jeito ou não para jogar no profissional;, garantiu.

Para o caçador de talentos, embora aos 5 anos de idade já seja possível avaliar se o menino é bom ou não de bola, a idade mais precisa que define o futuro do garoto como jogador de futebol com nível profissional está situada entre os 15 anos e 20 anos.

;É justamente a idade mais complicada, porque você vê muitos meninos dando mais importância para a namorada do que para a bola, iniciando vícios como o cigarro e a bebida e tendo que trabalhar em vez de se dedicar ao esporte;, analisou. Segundo Augusto, a falta de oportunidade serve de desestímulo para os meninos se dedicarem apenas aos gramados. Pensando nisso, ele resolveu dar uma força para que essa dispersão de talentos aconteça em menor escala.

Sem perspectiva

Brilhar no futebol nunca foi fácil. Principalmente no Brasil, onde o sonho da maioria dos meninos é tornar-se uma estrela da bola. Mas o caminho é árduo. E envolve muito mais do que talento. É preciso sorte, trabalho e, acima de tudo, perseverança.

;Os garotos não veem perspectiva, ficam desanimados e desistem. Quero acabar com isso, principalmente aqui no Gama;, avisou Augusto. ;Por isso, montei uma escolinha que começará com as turmas já em janeiro do próximo ano. Vamos colocar os meninos para disputar todos os campeonatos que pudermos, tanto aqui no DF, quanto no entorno. É vendo eles jogando bola que posso avaliar os pontos fortes e conhecer os fracos para serem trabalhados. Queremos exportar bons jogadores;, continuou o futuro técnico do Centro de Treinamento de Futebol Augusto e Osvaldo (CTFAO), no Gama.

Rafael Vieira dos Santos, 18 anos, é a prova de que a falta de oportunidade é grande no Distrito Federal. ;Quero muito ser jogador profissional. Mas não sei como chegar lá. Falta informação e chance para os novos jogadores;, reclamou.; Alguns times da cidade até contratam gente de fora em vez de investir em quem é de casa.;

;É vendo eles jogando bola que posso avaliar os pontos fortes e conhecer os fracos para serem trabalhados. Queremos exportar bons jogadores
Augusto Pedro de Sousa, ex-jogador de futebol



Pontos avaliados

Para saber se o jovem tem talento ou não com a bola, Augusto destaca três pontos que devem ser observados:

Qualidade técnica

A forma com que o jogador faz o passe e o drible, como se posiciona em campo e a maneira que corre dizem muito sobre as potencialidades do atleta

Força física

Deve-se observar a postura, força de arranque e velocidade

Altura

Para Augusto, um bom atleta tem que ser alto. ;Se o técnico tiver um baixinho e um alto para jogar na mesma posição, ele optará pelo alto em 90% dos casos. Hoje, com o trabalho técnico, é possível dar ao jogador alto a mesma agilidade que o baixinho costuma ter;, afirmou.

As categorias dos torneios (para 2010)

Campeonatos mirins: nascidos em 1997 e 1998 (12 e 13 anos)
Campeonatos infantis: nascidos em 1995 e 1996 (14 e 15 anos)
Campeonatos juvenis: nascidos em 1993 e 1994 (15 e 16 anos)
Campeonatos juniores: nascidos em 1991 e 1992 (18 e 19 anos)

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