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Amir Nasr perto do adeus à Stock Car

Sem dinheiro, equipe candanga corre o risco de abandonar a categoria no ano que vem. Até a participação na etapa de Brasília, no fim de semana, está ameaçada

Gustavo Ribeiro
postado em 04/11/2009 09:21
As incertezas financeiras ainda rondam os boxes da Amir Nasr Racing. A escuderia não está garantida na etapa de Brasília da Stock Car, no domingo, por falta de acerto com possíveis patrocinadores. E pior: pode não competir na categoria no ano que vem. ;Já estamos em 2010. O ideal é que participemos de duas categorias. A Fórmula 3 é uma das favoritas, pois já acumulamos uma experiência de 20 anos. Mas ainda tem a GP-3 e uma nova categoria, a Linea. Não descarto a possibilidade de sair da Stock;, comenta Amir Nasr, chefe da equipe, que disputa a categoria há seis anos.

Amir Nasr mantém a equipe há seis anos na StockPela exposição na mídia, a Stock Car é a mais rentável, mas tem seus males também. ;É a mais cara. Para participar de uma etapa, o custo ronda os R$ 200 mil. O dobro do que é necessário na Fórmula 3;, calcula. A falta de dinheiro tirou a equipe das etapas de Curitiba e Rio de Janeiro. O prejuízo foi inevitável: Antônio Pizzonia saiu das 10 primeiras posições no campeonato e ficou de fora dos playoffs.

As cotas de patrocínio variam de R$ 300 mil a R$ 1,5 milhão. ;Depende da parceria que firmamos com o investidor. Não se trata simplesmente de estampar a marca no carro. Fazemos eventos, trazemos convidados para andar em um carro de corrida;, exemplifica Nasr.

A participação ou não da equipe na corrida de domingo será definida hoje. ;Tudo vai depender do resultado das negociações. Ainda não recebemos nenhuma resposta, seja positiva ou negativa.;

Caso a Amir Nasr se confirme no grid, não poderá apresentar uma surpresa preparada para Brasília: o presidente da Gol Linhas Aéreas, Constantino Jr., no cockpit. Um acordo para que o executivo participasse da etapa local já havia sido firmado, dependente da agenda dele na empresa de aviação. Amir Nasr explica: ;Infelizmente, ele não vai poder treinar durante a semana. Apesar de ser um bom piloto, é muito arriscado colocá-lo na pista sem a preparação ideal;. Mesmo assim, Constantino ainda é cotado para as últimas corridas do campeonato, em Tarumã e em São Paulo. ;Seria um termômetro para ele avaliar se topa participar integralmente da temporada que vem;, adianta. Se confirmada, a novidade pode garantir a permanência da equipe na Stock, uma vez que Constantino certamente será um atrativo para investidores.

Ouça entrevista com Amir Nasr



Indefinição

Para substituir Constantino, os mais cotados são Hoover Orsi, piloto experiente da categoria, e Cláudio Ricci, campeão da CT3 Brasil. O outro cockpit também não tem ocupante certo. Antônio Pizzonia estava confirmado, mas, agora, não há certeza da presença dele no Autódromo Nelson Piquet. O amazonense está nos Estados Unidos e não tem como voltar imediatamente. ;Ele perdeu o passaporte em Miami, onde foi cuidar de assuntos profissionais. O Antônio deveria ter voltado ao Brasil na semana passada. Ainda não sei se vai dar tempo para ele;, comentou o pai do piloto, Reginaldo.

Capacidade ociosa

A equipe candanga tem uma facilidade pouco comum na categoria: toda a infraestrutura é baseada no mesmo local, o Autódromo de Brasília. ;Se estivermos em duas disputas, desenvolvendo dois tipos de carro, a oficina ficará muito mais dinâmica. Posso aumentar o número de funcionários e utilizar toda a capacidade que temos;, pondera.

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