postado em 06/11/2009 11:00
As polêmicas revelações de Andre Agassi, que vêm mexendo com o mundo do tênis a partir de 28 de outubro, foram comentadas pelo próprio ex-tenista nesta sexta-feira. Em entrevista ao programa 60 Minutes, da rede de televisão dos Estados Unidos CBS, ele pediu "compaixão" em meio à onda de críticas que vem recebendo e garantiu não se arrepender de ter admitido o uso de drogas, já que sua experiência pode ajudar outros atletas que vivam uma situação parecida.
A autobiografia do vencedor de oito Grand Slams, chamada de Open, só sai na semana que vem, porém alguns trechos foram revelados com antecedência no fim de outubro. A partir de então, nomes de peso como os de Roger Federer, Rafael Nadal e Boris Becker criticaram publicamente o norte-americano, que em 1997 utilizou metanfetaminas, substâncias proibidas que estimulam o sistema nervoso central, e depois mentiu à ATP quando foi pego no doping, conseguindo fugir de uma punição na época.
Entre os críticos, Nadal, por exemplo, indagou "por que" Agassi deveria trazer à tona essas informações justamente agora, três anos após sua aposentadoria. Defendendo-se publicamente, o marido de Steffi Graf sabia que "tinha muito mais a perder que a ganhar" com a publicação do livro, mas garante que a obra pode servir de auxílio a outros esportistas. "O preço que virá eu já assumi e estou OK, porque acho que isso pode ajudar. Era uma época difícil de minha vida na qual precisava de ajuda. Pode haver outros atletas que testaram positivo que também tenham esse problema", argumentou.
Dos ataques recebidos, o que mais abalou o eterno rival de Pete Sampras foi o de Martina Navratilova. Durante a exibição do programa televisivo, cuja íntegra só vai ao no próximo domingo, ele chegou a se emocionar quando as decepcionadas palavras da norte-americana, maior ganhadora de Grand Slams da história do tênis feminino, foram lidas. "Isso é o que não se quer ouvir. Esperaria que tudo fosse recebido com alguma compaixão, talvez esta pessoa não mereça condenação. Talvez esta pessoa estivesse precisando de ajuda".
Nesta semana, a Agência Mundial de Antidoping (Wada) solicitou à ATP tomar uma iniciativa, juntando provas para punir Agassi mesmo que o limite de oito anos para a prescrição do caso já tenha sido superado. Perguntado sobre o assunto, o astro disse desconhecer as "ramificações" do caso, confidenciando que teme ser punido.