Joana Tiso
postado em 07/11/2009 11:44
Rio de Janeiro %u2013 A festa do acesso cruzmaltino, que pode sair neste sábado (7/11), diante do Juventude, às 16h10, no Maracanã, já começou. Nesta sexta, os cariocas estenderam a bandeira do Vasco nas janelas e saíram às ruas com a camisa do clube. No tradicional rachão de véspera de jogo, em São Januário, quem roubou a cena foi a torcida. Cerca de 400 pessoas assistiram ao trabalho de preparação para a partida que pode assegurar matematicamente a volta do Vasco à Série A. Para soltar o grito de vez, basta que o time vença os gaúchos.
O que foi encarado como mancha em uma história de conquistas e ídolos, virou combustível para o processo de reestruturação, que começou em dezembro de 2008, quando o rebaixamento foi confirmado na derrota por 2 x 0 para o Vitória, em casa. Com um time competitivo e recebendo em dia, uma comissão técnica competente, um departamento de futebol profissionalizado, o bom trabalho do marketing - que levou quase 40 mil novos sócios ao clube - e uma torcida apaixonada, o cruzmaltino está prestes a virar a página com dignidade.
Equipe ressalta o 12º jogado
Com 64.559 ingressos vendidos até ontem, os vascaínos se preparam para recuperar o recorde de público do ano em todas as divisões. A marca, que era dos cruzmaltinos, foi superada no último Fla-Flu, quando o Maracanã recebeu 78.409 pagantes. Com as 19.525 gratuidades para menores e idosos, por exemplo, o número de torcedores no estádio pode chegar a 87.584.
"Fico arrepiado com a torcida. É o nosso 12º jogador. Espero que ela consiga bater o recorde e nosso time saia campeão de tudo. Este foi um ano maravilhoso. Agora, estamos prestes a ganhar o título brasileiro. Não importa a divisão. É a volta para a elite. Todos vão ficar marcados na história do Vasco", comemorou Souza.
Para o volante, o que motiva o torcedor a lotar o estádio é ver uma equipe com garra e vontade de vencer. "Tenho certeza de que cada um deu o melhor de si. Este é um grupo diferente dos outros. Não houve vaidade e todos ficaram juntos nos momentos difíceis", contou ele, que não esconde a ansiedade. "Não consigo dormir direito. Fico pensando no jogo", disse.
O técnico Dorival Júnior também fez questão de exaltar os torcedores que, segundo ele, têm participação direta na trajetória do Vasco. "Eles colocaram a equipe no colo. Não há nada mais emocionante do que a sensação única de ver o estádio lotado. A torcida, mais do que ninguém, merece o acesso", afirmou o treinador.
Caminho de vitórias
Depois de três triunfos no início da segundona, o Vasco enfrentou um jejum de seis jogos sem vencer. Foram cinco empates e uma derrota, que deixaram o clube na 8ª posição e a nove pontos do então líder Guarani. O triunfo por 3 x 0 sobre a Ponte Preta, na Colina, em 11 de julho, deu fim à sequência negativa e colocou o cruzmaltino de novo no páreo. A liderança isolada chegou na 19ª rodada, na goleada por 4 x 0 sobre o Ipatinga, no Maracanã. Desde então, a equipe não deixou o topo da tabela.
"Mesmo no pior momento, em junho, a gente sabia que tudo ia dar certo. A fase ruim serviu para valorizar cada conquista%u201D, disse Souza. %u201CO Vasco foi determinado desde o início e hoje sinto o grupo preparado. Poucos jogadores se conheciam no começo, mas conseguiram criar uma identidade", completou Dorival.