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Daiane admite uso de substância proibida, mas alega inocência

postado em 09/11/2009 19:27
Pega em um exame antidoping realizado em 2 de julho, a ginasta Daiane dos Santos pronunciou-se pela primeira vez desde que o resultado positivo foi divulgado pela Federação Internacional de Ginástica (FIG). Campeã mundial do solo em 2003, a atleta admitiu que, de fato, utilizou a substância proibida furosemida, mas não teve intenção nenhuma de se beneficiar. "Trabalhei durante anos na minha carreira, treinei muitas vezes com dores e nunca usei nada. Agora que estou parada vou usar doping?", alegou Daiane, que não compete desde as Olimpíadas de Pequim, período no qual submeteu-se a duas cirurgias para tratar de um problema no joelho direito. "Na época do exame, eu não podia treinar, pular, correr... só ficar sentada. E como não estava me sentindo bem esteticamente, fiz um tratamento de gordura localizada com minha esteticista", comentou. Daiane diz que nem benefício houve, pois sequer perdeu peso com o tratamento - a furosemida é um diurético, além de mascarar o possível uso de outras substâncias proibidas. "Estava com 45kg e agora tenho 45,5 kg", argumentou a atleta. Ela ainda diz que não poderia ser submetida a nenhum exame antidoping por estar fora de competição, mas, mesmo assim, concordou em submeter-se ao teste. Em junho, Daiane recebeu, através da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), um formulário da WADA (Agência Mundial Antidoping) com pedidos de informações sobre os atletas das seleções nacionais e quando ocorriam treinos e competições. "Intrigada sobre a necessidade de preencher tal formulário, pois ainda estava em reabilitação, entrei em contato com a Jaqueline (Pires, supervisora de seleções da CBG) e indaguei o porquê da necessidade do preenchimento. Em resposta, ela disse que não sabia o porquê, mas que veio da FIG (Federação Internacional de Ginástica) e, por isso, eu deveria preencher o formulário e devolver com urgência", destacou. A gaúcha então cumpriu o procedimento e, despreocupada, iniciou no mesmo mês o tratamento estético. "Eu perguntei para a minha médica sobre como era o tratamento e ela disse que não havia nada de errado com essas enzimas. Nem ela e nem eu sabíamos que essa substância era doping", comentou a ginasta, que dias depois recebeu a visita de membros da FIG para a coleta de urina para antidoping, fato que também não a preocupou. "Liguei para minha esteticista e meu dermatologista para perguntar tudo o que eu havia tomado. Preenchi outro formulário, no qual, coloquei, inclusive que tinha usado furosemida", afirmou. Somente no início de outubro é que Daiane foi comunicada oficialmente que havia sido pega. "Pouco depois que eu voltei de Copenhague, onde integrei a comissão de campanha do Rio-2016, recebi um e-mail da WADA em inglês. Procurei uma pessoa que me ajudou na tradução e lá estava escrito que eu havia sido pega por furosemida, mas que já havia dito que estava tomando furosemida. Não sabia que era proibido, eu não ando com o livro das substâncias debaixo do braço...", argumentou. Questionada se considerava-se "ingênua" ao fazer o tratamento estético, Daiane disse que sim. "Fui desatenta. Achei que poderia fazer esse tratamento estético... todo mundo faz, tem gente que faz lipo, eu fiz um tratamento estético", comentou Daiane. Em abril, a também brasileira Daniele Hypólito passou por uma lipoaspiração a fim de atingir o peso ideal para competições. Agora, Daiane tem até o dia 13 de novembro para apresentar sua defesa à FIG. "Espero que eles levam em consideração todo o meu histórico, pois já me submeti a vários exames e nunca deu nada. Essa substância não me ajudou em nada, não estou contando somente uma história bonitinha", garantiu a ginasta.

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