O mineiro Antônio Tibery, 67 anos, pratica artes marciais desde a infância. Nos primeiros anos, acompanhava o pai nas aulas de jiu-jitsu. A curiosidade, porém, o levou a outras modalidades, como judô, karatê e capoeira. No aikidô, obteve a maior graduação, alcançando o 3; dan. Mas, apesar da grande experiência no universo das lutas, Tybery continuava inquieto, em busca de um estilo que se diferenciasse pela eficiência e contivesse sólidos preceitos filosóficos de não violência.
A procura do ex-professor de matemática da UnB se encerrou quando ; depois de muitas pesquisas e até mesmo viagens ao exterior ; ele olhou para dentro de si. Resolveu então fundir e aprimorar o conjunto de técnicas que conhecia. Baseado em 27 movimentos, criou o ami-jitsu, modalidade que tem conquistado adeptos especialmente entre os profissionais de segurança. Nos últimos dois anos, grupos de policiais civis e militares, além servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foram treinados por Antônio Tibery no combate de situações de tumultos.
;O pessoal de segurança aprecia o ami-jitsu porque a modalidade oferece uma forma rápida, eficiente e não agressiva de controlar investidas violentas durante um protesto público, um grande evento ou uma ação de criminosos, por exemplo;, explica Tibery. ;Usamos o fluxo de energia do rival contra ele mesmo, em movimentos circulares, aplicando torções, imobilizações e lançamentos.;
Apesar do reconhecimento da eficácia da técnica em momentos de combate, Tibery enfatiza a necessidade de integrar o desenvolvimento físico ao crescimento mental e espiritual. ;Essa é a síntese do ami-jitsu: a eficiência, ressaltada pela cultura ocidental, e a harmonia, típica do Oriente. No fundo, não os vejo como elementos distintos, mas como complementos de um conjunto;, define o mestre.
20 anos de existência
A sigla Ami significa artes marciais integradas. A arte desenvolvida pelo professor Tibery utiliza palavras em português na nomenclatura dos golpes e teve a primeira turma aberta ao público em abril de 1989, no Clube dos Previdenciários. Hoje, ele treina em um dojô de 225 metros quadrados, sem colunas,
no Park Way.