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Saiba mais sobre a Nova Zelândia

postado em 19/11/2009 09:27

No 18; dia de expedição pelas seleções classificadas para o Mundial da África do Sul, em 2010, o Safári da Copa dá uma esticada até a Oceania. Lá, vive o Kiwi. A ave símbolo da Nova Zelândia não voa, tem hábitos noturnos, adora viver escondida dentro de um buraco e estava até pouco tempo ameaçada de extinção. Qualquer semelhança com a seleção de hoje é mera coincidência.

A Nova Zelândia sai da toca após 28 anos. Esteve na Copa pela única vez em 1982. A volta é graças a uma mudança geográfica ocorrida na calada da noite. No congresso técnico de 2006, a Fifa decidiu tirar a Austrália das Eliminatórias da Oceania. Deportados para a Ásia, os Cangurus passaram aos Kiwis o status de potência do continente. Chegavam ao fim anos e anos de frustrações causadas, na maioria das vezes, pelo país vizinho.

Como diria o técnico Luiz Felipe Scolari, os neozelandeses sempre venciam os ;bambalas; e ;arimateias; da Oceania, mas quando enfrentavam a Austrália para decidir quem avançaria à repescagem, só se davam mal. Foi assim nas campanhas de 1994, 1998, 2002 e 2006. Em 1990, o carrasco foi Israel. Em 1986, a Escócia.

O fundo do poço ocorreu na seletiva para a Copa do Mundo da Alemanha. A Nova Zelândia conseguiu a proeza de terminar o hexagonal final em terceiro lugar, atrás das Ilhas Salomão. Resultado: pela primeira vez o país não chegou à decisão, contra a Austrália.

A notícia da saída do rival das competições continentais foi um remédio em meio à depressão. Sem concorrentes à altura, o país disputou pela primeira vez o Mundial de Clubes da Fifa. Primeiro representado duas vezes pelo Waitakere United e outras duas pelo Auckland City ; incluindo 2009 ;, e também carimbou passaporte para as principais competições de base, os Mundiais sub-20 e sub-17.

A exemplo dos kiwis, que usam o olfato em busca do alimento, a Nova Zelândia sentiu o cheiro do retorno à Copa do Mundo ao superar adversários poderosos como as Ilhas Fiji, Vanuatu, Nova Caledônia. O aroma da vaga ficou mais forte no sorteio dos mandos de campo da repescagem. As bolinhas da Fifa apontaram o duelo de volta com o Bahrein para Wellington. Depois de segurar o empate por 0 x 0 na casa alheia, fez o suficiente para vencer por 1 x 0 e retribuir o esforço da Fifa.

Afinal, pela segunda vez consecutiva, a Copa será literalmente do Mundo, ou seja, com pelo menos um representante de cada continente. Mas para isso foi preciso mexer os pauzinhos; Ou não, Fifa?

E se cair na chave do Brasil?

Será a segunda vez. No Mundial da Espanha, em 1982, a seleção de Telê Santana goleou a Nova Zelândia, por 4 x 0. Houve mais dois confrontos. Na Copa das Confederações de 1999, o Brasil venceu por 2 x 0. O último duelo foi às vésperas da Copa de 2006, com nova goleada: 4 x 0.

Memória

As Eliminatórias para a Copa de 1982 reuniram juntaram as seleções da Ásia e da Oceania. Na primeira fase, a Nova Zelândia eliminou Austrália, Indonésia, Taiwan e Fiji. Na segunda, o Kuwait terminou em primeiro. A outra vaga ficou entre Nova Zelândia e China. Em 10 de janeiro de 1982, os Kiwis venceram por 2 x 1, em Singapura, e foram ao Mundial pela primeira vez.

Herói de 2010 foi vilão contra o Brasil, em 1982

Ele nasceu em 10 de abril de 1961. Tinha 21 anos na Copa de 1982, na Espanha. Vestia a camisa 3 da Nova Zelândia e viveu um pesadelo contra uma seleção escalada com: Waldir Peres; Leandro, Oscar (Edinho), Luizinho e Júnior; Falcão, Toninho Cerezo, Sócrates e Zico; Éder e Serginho (Paulo Isidoro).

;Minhas pernas tremiam no início do jogo. Aquele time do Brasil não era humano. Não consegui cobrar uma falta simples um pouco depois do meio de campo;, revela Ricki Herbert, em entrevista ao site da Associação de Futebol da Oceânia. Esperou não ter de enfrentá-los novamente;, sorri.

O lance citado por Herbert, como era chamado na lista da Nova Zelândia, ocorreu no primeiro tempo. Ele ajeita a bola para cobrar uma falta e dá a bola nos pés do Brasil. Após a lambança, corre desesperado para tentar interromper o contra-ataque fulminante, mas só para quando vê Zico tocar para o fundo da rede, no segundo gol do Brasil na goleada por 4 x 0. Antes, Herbert e companhia não interceptaram cruzamento perfeito de Leandro e viram o Galinho anotar um gol de voleio. ;Era impossível pará-los. Fiquei surpreso quando o Brasil foi eliminado pela Itália;, lembra.

Assista aos melhores momentos daquela partida de 1982. O lance com o erro de Herbert acontece por volta dos 2:20 de vídeo:



Vinte e oito anos depois do pesadelo, Ricki Herbert comemora a realização do sonho de levar a Nova Zelândia de volta ao Mundial. ;Nunca esperamos tanto por esse momento. Nossos jogadores deram o máximo. Estamos de volta, vamos à África do Sul;, disse, na entrevista após a vitória sobre o Bahrein.

O público de 35.100 torcedores na repescagem foi recorde na história da seleção neozelandesa. Emocionado, o capitão Ryan Nilsen agradeceu. ;Os estádio do nosso país só ficam cheios em partidas de rugby. O clima foi totalmente diferente contra o Bahrein. Nossos torcedores foram incríveis. Nosso público atuou como um 12; jogador, somos gratos por isso.;

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