postado em 19/11/2009 22:15
Ex-técnico do Palmeiras, Wanderley Luxemburgo, atualmente no Santos, deu a sua opinião sobre a briga entre o zagueiro Maurício e o atacante Obina, ao final do primeiro tempo do jogo em que o Verdão foi derrotado pelo Grêmio, por 2 x 0, na quarta-feira, no Estádio Olímpico.
Os dois atletas trocaram agressões, enquanto a equipe palmeirense se dirigia ao vestiário e acabaram sendo expulsos pelo árbitro Heber Roberto Lopes. De quebra, a diretoria alviverde agiu rápido e resolveu dispensar os dois jogadores pela confusão.
O treinador santista evitou criticar duramente o comportamento dos seus ex-comandados, mas admitiu que esta não é uma atitude normal. "Já vivi isso em outras épocas, no entanto, isso não é privilégio de agora. Discussão forte de vestiário existe mesmo, só que ir às vias de fato mesmo, dentro do campo, eu não me lembro", comentou Luxemburgo, que também apontou a superproteção do futebol atual, como responsável por esse tipo de atrito.
"Hoje em dia há uma falta de preparo profissional e uma proteção muito grande aos jogadores. Eles não respeitam mais nada e estão sempre enfrentando alguém, seja o técnico, a imprensa ou a torcida. Isso é culpa dos empresários, que os protegem e falam para o atleta não se preocupar, para ficar à vontade, pois se não der certo em um time, amanhã ele pode ir para o Corinthians, Palmeiras, Santos ou Flamengo. Isso traz uma proteção", ponderou.
Wanderley Luxemburgo continuou com a sua análise sobre o assunto e disparou mais críticas aos empresários de futebol. "O treinador tem dificuldade de colocar o atleta dentro da filosofia do clube. Os jogadores não estão sabendo aproveitar a liberdade da Lei Pelé. Eles não estão tirando proveito disso de uma maneira positiva. Mas os empresários estão fazendo isso. Teve empresário, por exemplo, que ganhou muito mais dinheiro do que muito clube por aí", disparou.
O comandante alvinegro ainda aproveitou para questionar as atitudes dos jovens atletas, que muitas vezes sobem à equipe principal, com status de craque. "Você pega jogador de Juniores (sub-20) que chega te peitando, dizendo que tem de jogar. É uma proteção muito grande. Eles não aceitam cobrança. Fica complicado", finalizou Luxa.