postado em 20/11/2009 09:02
Eles têm entre 70 e 80 anos, mas apresentam uma disposição de dar inveja em muito garotão. Quando estão dentro de quadra e a bola da vez é o basquete, então, nem se fala. Armam contra-ataques, fazem bandejas e ensaiam jogadas como antigamente. O espírito de equipe está presente entre eles. Mas o forte dessa turma é, sem dúvida, a amizade. O resultado de tudo isso? Dez anos de união e muitos títulos no currículo. E a partir de amanhã até o próximo dia 28, eles disputam mais um troféu. Dessa vez a briga é no XXV Encontro Nacional de Veteranos do Basquetebol, onde jogam, pela primeira vez, na categoria 70 anos.Atuais campeões da faixa etária 65 anos, os brasilienses têm como desafio comprovar a força do basquete veterano da capital. Para isso, contam com a boa convivência diária e com o entrosamento que tem dentro de quadra. ;Nosso relacionamento é perfeito. Estamos bem preparados e confiamos na possibilidade de fazermos uma boa campanha;, afirma Alcir Cavalcante, 80 anos.
O ala é o mais velho da equipe e transmite aos companheiros muita confiança dentro de quadra. Sem problemas de saúde, ele garante que não tem limitações nas quatro linhas e admite que o basquete é seu melhor remédio. ;Jogo desde os oito anos. O médico mandou eu continuar até quando eu conseguir. Se Deus permitir vou até os 90 anos;, garante.
Amizade
O time também serviu para promover o reencontro de antigos colegas. Adilson Alves e Aurélio Bringel voltaram a dividir as quadras depois de quase 30 anos sem se ver. Na década de 60, chegaram a jogar na mesma equipe e, em seguida, foram também adversários. ;Fomos bater bola com os veteranos e nos encontramos;, relembra Adilson. ;Mas agora temos outra mentalidade. Existe a competitividade. Queremos ganhar, mas sabemos que não dá para arriscar muito;, ressalta.
Assista videorreportagem com o time de veteranos:
Único jogador presente em todos os duelos desde 1999 ; ano da fundação do time ;, Aurélio, 70 anos, diz que a amizade é a prioridade no grupo. ;Em campeonatos brasileiros todos vão para ganhar. Levamos muito a sério, mas a amizade é maior que o título;, conta. Além disso, o clima de união e confraternização é o que motiva os jogadores a deixarem suas famílias e enfrentarem a maratona dos torneios. ;Estamos na última categoria do master. Isso é um exemplo de dedicação e companheirismo. Vamos juntos até onde der;, afirma Adilson.
Treinos em família
O responsável pelos treinos, que ocorrem duas vezes por semana no ginásio do Caseb, é o filho de Alcir, Roberto Cavalcante. ;Lá em casa todos jogam ou jogaram basquete. O relacionamento como técnico e atleta é perfeito. Nunca tivemos dificuldades;, fala o patriarca.
Embalados pela vitória na XXIV edição do encontro, os atletas garantiram o direito de participar do Mundial Master, na República Tcheca, em junho. No entanto, o custo de R$ 10 mil por jogador foi inviável e o time não pôde representar o país. ;Não conseguimos angariar fundos e alguns não se dispuseram a pagar. Foi uma pena. Pois nosso time é forte e com certeza teríamos um ótimo resultado;, afirma Rubens Tribst.