postado em 08/12/2009 19:56
O principal nome do primeiro dia do Footecon - Fórum Internacional do Futebol - foi Dunga. Ao lado do auxiliar Jorginho, o treinador da seleção brasileira falou para uma plateia repleta de treinadores e jornalistas. A palestra intitulada "Preparação da Seleção para a Copa do Mundo de 2010" teve um pouco dos preparativos para o Mundial e muito do eterno rancor de Dunga aos seus críticos.
O tripé formado pela comunicação direta com o presidente Ricardo Teixeira, a autonomia no trabalho e a renovação da equipe foram recheadas substancialmente com ásperas declarações sobre as opiniões contrárias as suas atitudes no comando da seleção. Mesmo sem ter sido questionado, ele soltou a metralhadora verbal.
"Essas pessoas não estão acostumadas ao ouvirem os erros delas. Tudo se repete, são sempre as mesmas perguntas", reclamou. Na sua visão, alguns colegas treinadores se sujeitam a perguntas mal formuladas ou conceitos equivocados propagados nos veículos de comunicação. Como resposta, Dunga externou os desejos ainda do tempo do guri nascido em Ijuí, interior do Rio Grande do Sul. "Não aceito palavras pejorativas. As pessoas não estão acostumadas ao diferente. Desde criança em quero mudar o mundo", revelou.
Até fatos escondidos em um passado remoto voltaram à tona no discurso do treinador, em seu esporte favorito: criticar a imprensa. Ao relembrar o empate por 1 x 1 com o Equador, fora de casa, pelas Eliminatórias, o comandante do Brasil que irá para a sua primeira Copa como técnico pediu igualdade de tratamento. "Quando fomos jogar lá, não existia altitude. Quando o Fluminense foi jogar tinha altitude. Engraçado isso, não é?", indagou em tom retórico.
Tendo na plateia Carlos Alberto Parreira, comandante de Dunga e Jorginho na Copa de 1994, se assistiu a um show de elogios recíprocos. Parreira, organizador do evento, afirmou que a seleção irá conquistar o hexa na África do Sul. De seus pupilos recebeu defesa de Jorginho. "As pessoas são injustas por causa de um resultado. Aquele time tinha vencido a Copa América e a Copa das Confederações", declarou sobre a derrota do Brasil para a França na Copa de 2006.
Atrasado e precisando se deslocar até o aeroporto, Dunga cancelou a entrevista coletiva que ocorreria após a palestra.