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Estrangeiros colocam cada vez mais os pés na estrada para virarem ídolos na Série A do Brasileirão

Apenas dois times não tiveram um gringo no elenco. Dá até para formar uma seleção%u2026

Patrícia Trindade
postado em 10/12/2009 08:00
Brasileiro adora reclamar do excesso de jogadores vendidos para o exterior, mas cada vez mais vê o clube do coração abrir as portas para os pés de obra estrangeiros. Dos 20 clubes que disputaram a Série A 2009, 18 tiveram pelo menos um gringo no elenco. As exceções foram Avaí e Goiás. No total, 35 importados desfilaram pelos gramados nas 38 rodadas. O espanhol virou o segundo idioma dentro das quatro linhas. Alguns saíram antes do tempo. Outros chegaram com o bonde andando e, mesmo assim, caíram nas graças da galera. São os casos do sérvio Petkovic e do chileno Maldonado. A maior prova de que os estrangeiros fincaram definitivamente as suas bandeiras no território verde-amarelo é o meia Conca, do Fluminense. O argentino foi eleito por internautas o craque da galera na eleição promovida pela Confederação Brasileira de Futebol. Pesou o fato dele ter comandado, ao lado de Fred, a espetacular arrancada que manteve o clube das Laranjeiras na Primeira Divisão de 2010. A decisão não foi contra um brasileiro. Petkovic terminou em segundo lugar. Atento aos imigrantes, o Correio formou uma seleção de estrangeiros do Campeonato Brasileiro, com esquema tático e tudo. Do meio para a frente o time é um sucesso, mas a retaguarda - diga-se de passagem - deixa o torcedor de cabelo em pé. Alguns nomes tiveram de ficar no banco de reservas. São os casos do meia-atacante argentino Defederico, do Corinthians, e do matador Ariel, do Coritiba. Mas, como em todo grande time - repetindo as palavras do técnico da Seleção Brasileira, Dunga - a lista dos 11 titulares contemplou quem está em melhor fase e foi mais decisivo ou participativo nas campanhas dos seus respectivos clubes. Seleção dos Importados Conca (Fluminense) Nome: Darío Conca Nascimento: 11/5/1983 Local: Pacheco, Argentina Idade: 26 anos Posição: meia Um argentino atípico: tímido, avesso às entrevistas e de poucas palavras dentro e fora do campo. O meia tricolor conquistou a torcida não pela tradicional raça portenha, mas pela eficiência nos cruzamentos, nas cobranças de faltas e por ter conseguido imprimir um ritmo veloz e, ao mesmo tempo, com poucos erros de passe e excelentes assistências. Craque da galera, ganhou do técnico Carlos Alberto Parreira o apelido de %u201Ccarimbador da bola%u201D, por distribuir a bola com habilidade. Benítez (Atlético-MG) Nome: Pedro Juan Benítez Nascimento: 23/5/1981 Local: San Lorenzo, Paraguai Idade: 26 anos Posição: zagueiro Chegou ao Galo em agosto com fama de xerifão. Aos 28 anos, o campeão da Libertadores e da Recopa Sul-Americana pelo Olímpia, onde foi revelado em 2002, é firme, seguro e alto (1,80m). Exerceu poder de liderança e tinha tudo para virar ídolo. Viveu um período de lua de mel com a massa, mas assim como a maioria dos jogadores, saiu vaiado de campo na melancólica goleada por 3 x 0 para o Corinthians. Sorondo (Internacional) Nome: Gonzalo Sorondo Amaro Nascimento: 9/10/1979 Local: Montevidéu, Uruguai Idade: 30 anos Posição: zagueiro Não é nenhum novato em Brasileiros. Com a camisa do Internacional desde 2007, disputou o seu terceiro Nacional. Inclusive naturalizou-se brasileiro este ano. Embora tenha passagens pela poderosa Internazionale, da Itália, é reserva de Bolívar e Índio, a dupla de zagueiros titular do Colorado, mas, quando jogou, deu conta do recado. Fez dois gols em 16 exibições. A altura de 1,90m é um trunfo. Guinãzu (Internacional) Nome: Pablo Horacio Guiñazú Nascimento: 26/8/1978 Local: Cabrera, Argentina Idade: 31 anos Posição: volante Em sua terceira temporada com o Inter, consagrou-se como um dos melhores volantes em atividade no Brasil. Ganhou da CBF o prêmio de melhor volante canhoto. Dono da impressionante marca de 103 desarmes em 29 jogos, é sinônimo de dedicação e dor de cabeça para os meias e atacantes rivais na marcação. É atualmente o capitão colorado. Carini (Atlético-MG) Nome: Fabián Carini Nascimento: 26/12/1979 Local: Montevidéu, Uruguai Idade: 29 anos Posição: goleiro Carini chegou ao Galo em 1º de setembro para ocupar a vaga de Edson, dispensado, e Aranha, contundido. O titular Aranha sofrera um estiramento muscular na coxa esquerda. Revelado no Danúbio, do Uruguai, Carini estava atuando na Europa desde 2000, defendendo times como Juventus, Standard Liége (Bélgica), Inter de Milão, Cagliari e Múrcia. Começou bem, mas acabou contagiado pela má fase. Chegou a engolir um frango olímpico de Petkovic e sofreu um gol do meio de campo de Diego Souza. Figueroa (Palmeiras) Nome: Luis Pedro Figueroa Nascimento: 13/5/1983 Local: Concepcíón, Chile Idade: 26 anos Posição: lateral-direito Figueroa chegou ao Palmeiras no meio do ano após duas temporadas de destaque no Colo-Colo. Barrou o então titular Wendel e virou referência ofensiva com o apagão de Diego Souza e a lesão de Cleiton Xavier. Tem vigor ofensivo e boa pontaria nos cruzamentos e em bolas paradas. O ponto fraco é a marcação. Em 12 partidas, fez somente um gol. O empréstimo vai até julho de 2010. D%u2019Alessandro (Internacional) Nome: Andrés Nicolás D/'Alessandro Nascimento: 15/4/1981 Local: Buenos Aires, Argentina Posição: Meia-atacante Idade: 28 anos Demorou para fazer valer os R$ 13,5 milhões pagos pelo Internacional ao Zaragoza, da Espanha. Foi até afastado da equipe, por indisciplina, e para recondicionamento físico. Tudo isso no meio do Brasileiro. Quando voltou ao time, assegurou a titularidade e foi um dos destaques na campanha que levou o clube gaúcho ao vice-campeonato. Habilidoso nos dribles e passes, fez 5 gols em 21 jogos. Armero (Palmeiras) Nome: Pablo Stifer Armero Nascimento: 5/7/1986 Local: Tumaco, Colômbia Idade: 23 anos Posição: lateral-esquerdo Foi um dos destaques do Palmeiras no primeiro turno, quando a equipe alcançou a liderança e ficou no topo do Brasileirão por 19 rodadas. Velocista, feroz nos contra-ataques, ganhou o prêmio da CBF como segundo melhor lateral-esquerdo, superando Kleber, do Inter. Com contrato até janeiro de 2011, tem tudo para continuar sendo o dono da camisa 6. O ponto fraco é a indisciplina. Em 27 partidas, levou 9 cartões amarelos e um vermelho. Maldonado (Flamengo) Nome: Claudio Andrés del Tránsito Maldonado Rivera Nascimento: 3/1/1980 Local: Curicó, Chile Idade: 30 anos Posição: volante Chegou sem muito alarde em agosto, na Gávea, com a experiência de ter sido campeão brasileiro em 2003, no Cruzeiro. Assim que o chileno vestiu a camisa 8 rubro-negra, o Flamengo ficou cinco jogos sem sofrer gol. Ganhou importância no esquema de Andrade por proteger bem a zaga, ser eficiente nos desarmes, errar poucos passes e marcar o gol decisivo na vitória sobre o Atlético-MG, no Mineirão. Machucou-se em um amistoso da Seleção Chilena e desfalcou o Flamengo nos últimos três jogos. Máxi Lopez (Grêmio) Nome: Maximiliano Gastón López Nascimento: 3/4/1984 Local: Buenos Aires, Argentina Idade: 25 anos Posição: atacante Valente e combativo, chegou ao Grêmio no início do ano com status de estrela, após passar pelo Barcelona sem grande desempenho e apagar no russo FC Moscou. Em pouco tempo virou ídolo. Chamado de %u201CLa Barbie%u201D pelos argentinos por causa de suas mexas loiras, envolveu-se em uma polêmica com o zagueiro Elicarlos, do Cruzeiro, que o acusou de racismo nas semifinais da Libertadores. No Brasileirão, foi um dos artilheiros do Grêmio com 12 gols em 24 partidas. Só não jogou mais porque lesionou o tornozelo. Mas agradou à diretoria gaúcha, que acertou, ontem, o pagamento de 1,5 milhão de euros para ficar com Máxi por três temporadas. Petkovic (Flamengo) Nome: Dejan Petkovic Nascimento: 10/9/1972 Local: Maldanek, Sérvia Idade: 37 anos Posição: meia Chegou à Gávea no meio do ano em meio a uma disputa política entre o presidente afastado por problemas de saúde, Márcio Braga, e o comandante em exercício, o vice Delair Dumbrosck, que bancou sua contratação e comprou briga com o gerente de futebol Kléber Leite, demissionário do cargo depois do episódio. O contrato do meia foi uma forma de abater parte da dívida trabalhista de R$ 18 milhões que o clube teria com o jogador, acumulada desde a época em que ele defendeu o Flamengo pela primeira vez, em 2001. Foi peça fundamental na campanha do título. Apenas dois times não tiveram um gringo no elenco. Dá até para formar uma seleção%u2026

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