Agência France-Presse
postado em 10/12/2009 19:30
O brasileiro Ayrton Senna, tricampeão do mundo, falecido num acidente em pleno Grande Prêmio de San Marino, em 1994, é considerado por seus pares o melhor piloto de Fórmula 1 de todos os tempos, segundo pesquisa da revista britânica Autosport publicada nesta quinta-feira.
Participaram do estudo 217 pilotos de Fórmula 1, que tiveram 270 vitórias em corridas de Fórmula 1. Destacam-se, entre eles, o alemão Michael Schumacher, sete vezes campeão mundial, o piloto mais velho ainda vivo, Paul Pietsch, de 98 anos, e o atual campeão, Jenson Button.
Ayrton Senna, campeão em 1988, 1990 e 1991, colheu 41 vitórias e 65 'poles' em 162 Grandes Prêmios. Sua rivalidade com o francês Alain Prost é legendária no mundo de F1.
O campeão brasileiro morreu no dia 1 de maio de 1994 em Imola (Itália), durante o Grande Prêmio de San Marino, na curva de Tamburello. Tinha 34 anos de idade.
Schumacher, com seus sete títulos, aparece em segundo lugar nessa classificação, à frente do argentino Juan Manuel Fangio, que foi coroado campeão por cinco vezes; de Alain Prost, com seus quatro campeonatos, e do britânico Jim Clark, bicampeão de Fórmula 1.
Senna ou Ayrton, como todos o chamavam, foi depois do jogador de futebol Pelé, o maior ídolo do esporte brasileiro na História. Motivo de orgulho nacional, um fator de renascimento da autoestima do brasileiro.
Ayrton era o "Rei da Chuva", por sua habilidade e estilo nas pistas molhadas, o "Rei de Mônaco", porque ninguém venceu mais GPs do que ele em Montecarlo, e o "Rei das pistas", por motivos que para os brasileiros sempre foram óbvios.
O que os brasileiros lembram com maior intensidade são as voltas da vitória e a performance do piloto nos pódios, sempre exibindo a bandeira do Brasil numa demonstração de orgulho de ser brasileiro em meio à elite do automobilismo mundial.
Entre 1985 e 1994, seguir pela TV as espetaculares manobras de Senna virou um ritual sagrado, um costume dos brasileiros, que a trágica morte do piloto transformou num vazio. Até agora ele não tem substituto. Possivelmente nunca terá.
A extraordinária capacidade competitiva de Senna era uma soma de três fatores que raramente aparecem juntos: profundo conhecimento de mecânica e eletrônica, coragem fora do comum para arriscar tudo numa manobra, e tenacidade quase sobrenatural para superar dificuldades. Os mecânicos que trabalharam com Senna dizem que as observações dele após poucas voltas eram tão precisas como as medições eletrônicas.
Segundo o ex-diretor de sua equipe, Peter Warr, "Senna era capaz de determinar em que ponto do circuito o carro dele gastava um decilitro de gasolina a mais. Nessa época, a Lotus de Senna tinha motor turbo, e esse controle era quase impossível de ser feito. Mas ele o fazia com precisão de relógio suíço".