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Com 67 anos, piloto de Fórmula Truck Pedro Muffato enfrenta o preconceito. Última etapa será amanhã, em Brasília

postado em 12/12/2009 10:12
O veterano Pedro Muffato adia os planos de aposentadoria: Aos 67 anos, Pedro Muffato é o mais velho e, com certeza, o mais experiente piloto da Fórmula Truck, com a última e decisiva etapa da temporada neste domingo (13/12), no Autódromo Internacional de Brasília. No extenso currículo, ele acumula 43 anos de ultrapassagens, batidas, conquistas e muita história para contar. Entre a Fórmula 3 Sul-Americana, categoria à qual pertenceu 20 anos atrás, e a atual modalidade, Muffato admite que nada mudou. "Me sinto do mesmo jeito. Com a mesma disposição, pensamento e vontade", afirmou. Mesmo depois de um grave acidente em 1996 na F3, em que ficou entre a vida e a morte, Muffato não desistiu da carreira e manteve sua paixão pelo automobilismo. O retorno às pistas foi direto para a Truck, quatro anos depois. A volta era questionada, inclusive, pelos médicos, que se surpreenderam com a recuperação do piloto. "Eles não acreditavam que eu iria sobreviver. Teve médico que chegou a afirmar que eu estava morto", lembra. Depois de muitas idas e vindas, Muffato esbanja disposição e pisa firme no acelerador. A bordo de um Scania, ele disputa, de igual para igual, uma das mais competitivas categorias do automobilismo nacional. No entanto, os cabelos brancos e as marcas da idade são alvo de discriminação. Segundo o piloto, ninguém aceita perder, ser ultrapassado ou ficar atrás do "coroa". "A princípio é uma situação normal, mas na pista eu sinto o preconceito. Ninguém admite o velho chegar primeiro", revela. "Tem gente que não deixa passar, joga (o caminhão) para um lado e para o outro", acrescenta. Confira videorreportagem sobre a etapa de Brasília da Fórmula Truck Coisas de corrida e com que Muffato sabe lidar muito bem. Afinal, são quatro décadas nas pistas. E quantas histórias! Uma situação que lembra com orgulho foi um encontro casual com o ex-presidente da República Ernesto Geisel. Na época, Muffato era prefeito de Cascavel, cidade onde mora até hoje, e a categoria em que corria, a F2, estava ameaçada devido à crise mundial do petróleo, em 1975. "Encontrei ele no aeroporto e pedi que arrumasse combustível para a temporada. Ele disse que o petróleo podia acabar e expliquei que precisávamos de álcool. Ele falou com o ministro da Educação e a temporada aconteceu", gaba-se. São essas e muitas outras histórias, até mesmo as que ainda estão por vir, que animam o piloto. Quando questionado sobre a aposentadoria, ele avisa. "Só quando eu sentir fisicamente que não posso continuar. Ou quando ver que estou perdendo os reflexos", afirma. "Às vezes já estou até perdendo, mas não estou sentindo", brinca, entre risos. Temporada de quebras Longe de disputar o título deste ano, Pedro Muffato não vive sua melhor fase nas pistas. O ano de 2009 foi marcado por muitas quebras. Na modesta 19ª posição, entre 27 concorrentes, e com apenas 18 pontos, o veterano pretende fazer uma boa corrida na despedida da temporada, amanhã, em Brasília. Em 2006, quando o título também foi decidido na capital federal, ele chegou a beliscar a taça, mas ficou em terceiro lugar, a um ponto do vice-campeão. PROGRAME-SE Hoje (12/12) - Autódromo Nelson Piquet 9h - 3º treino livre 11h - 4º treino livre 14h - treino classificatório Amanhã 12h40 - Show de moto 13h - Show de caminhões 14h10 - Largada da 10ª Etapa da Fórmula Truck Ingressos À venda nos Postos BR - Petrobras e Reformadores Autorizados Vipal Valor: R$ 25

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