postado em 12/12/2009 17:51
Faltando menos de um ano para a disputa do Campeonato Mundial, a seleção basileira feminina de basquete vive uma situação curiosa: não tem um técnico definido. Comandante do time desde o segundo semestre de 2007, Paulo Bassul foi liberado pela Confederação Brasileira da modalidade (CBB) após a Copa América, mas ainda não sabe se vai ter a demissão consolidada ou será novamente alçado ao cargo.
Durante os dias de indefinição, o treinador procura manter a tranquilidade e não demonstra nenhuma mágoa com a entidade que comanda o basquete no Brasil. "Estou em standy by e não posso colocar uma data para que tudo seja resolvido, mas a CBB tem cumprido tudo o que me foi prometido. Até agora, não tenho motivo para desconfiar neles", afirmou Bassul.
Presente a um seminário promovido pela entidade neste sábado (12/12), Bassul ainda ocupa o cargo não-oficialmente. Tanto que, durante a sua fala, o presidente da CBB, Carlos Nunes, se referiu a ele como "o técnico da seleção feminina", apesar de não confirmar a sua permanência. Desta forma, o treinador confessa estar planejando o seu 2010 de olho na possibilidade de ser novamente efetivado.
"Estou trabalhando a minha vida neste sentido", admitiu o técnico, que diz ter se mantido em contato com a CBB nas últimas semanas. "Após a Copa América, eles elogiaram o meu trabalho e disseram que sentariam-se comigo depois para resolver a situação", explicou.
Questionado se a uma nova promoção estaria atrelada à decisão de Iziane voltar para a seleção brasileira, Bassul acredita que não - uma das melhores atletas brasileiras da atualidade, a maranhense foi afastada durante o último Pré-Olímpico por indisciplina, mas recentemente Hortência, diretora de seleções desde o começo do ano, tem se esforçado para convencer Iziane a voltar. Como a jogadora já deixou claro que não trabalha mais com Bassul, surge a hipótese de os dois fatos estarem atrelados.
"Não tem nada a ver", garantiu Bassul. "São duas coisas diferentes. Quem for contratado é que vai decidir isso (a volta ou não da jogadora)", emendou o técnico, que já reconheceu convocar novamente Iziane se ela pedir desculpas publicamente pelo ocorrido, algo que até agora não aconteceu.
Na visão de Bassul, a demora na definição do técnico, ao contrário do que se poderia imaginar, demonstra uma mudança positiva dentro da Confederação. "Isso sempre foi assim: no basquete, os contatos dos técnicos eram sempre por torneios, mas vamos passar por uma evolução, pois quem entrar agora ficará em um ciclo até as Olimpíadas de Londres. Escolher o técnico é uma decisão que eles têm que tomar sobre o ciclo e eu acho normal (a demora)", assegurou.
Sobre as possibilidades do Brasil no Mundial, Bassul acredita na hipótese de o país repetir o desempenho de 2006 e alcançar a semifinal. "É difícil colocar uma classificação agora, mas o Brasil tem boas chances de fazer um bom papel. Seguramente, temos condições de trabalhar no G-8, com chances de entrar no G-4", destacou o treinador, que considera "bom" o grupo com Espanha, Mali e Coreia do Sul, mas preocupa-se com a renovação das atletas - na última Copa América, ele precisou contar com nomes como Alessandra e Helen, atualmente com 36 e 37 anos. "A solução não será rápida", analisa Bassul, preocupado.