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Crise no Palmeiras cria nova tensão entre Belluzzo e Mustafá

postado em 13/12/2009 19:35
Presidente do Palmeiras de 1993 a 2004, Mustafá Contursi voltou a atacar o atual mandatário do clube, Luiz Gonzaga Belluzzo. O dirigente criticou a administração do economista, a quem chamou de pessoa desequilibrada e responsável por endividar o clube. Em resposta, Belluzzo disse que o opositor tem "graves limitações intelectuais", mas evitou se aprofundar na discussão.

Em entrevista à Rádio Jovem Pan, Mustafá classificou o comportamento de Belluzzo de desequilibrado. "Não o considero uma pessoa equilibrada. Durante décadas ninguém o quis aproveitar na direção do clube, justamente talvez porque esse comportamento agora revelado já fosse uma marca dele em momentos esparsos do clube", apontou o agora conselheiro, neste domingo (13/12).

Dentre outros assuntos comentados, o ex-presidente rechaçou a ideia de impeachment de Belluzzo - que tem sido ventilada por alguns conselheiros de oposição -, mas pediu que o atual mandatário se retirasse de vontade própria para permitir que " palmeirenses com competência" possam resgatar o equilíbrio financeiro do Palmeiras e "recuperar nossa hegemonia no futebol".

"Se ele tivesse um pouquinho de amor ao clube - ele diz que ama o clube e tem todos os conflitos com nossos adversários pela defesa das nossas cores -, deveria aventar a possibilidade de se retirar. Seria muito bom para o clube. Está provado que ele não fez nada que fosse adequado ao clube", acrescentou Mustafá, ao dizer que as contas da atual gestão descumpriram o orçamento.

Confira abaixo outras críticas de Mustafá a Belluzzo:

Desempenho do time
"Lamento que a equipe não tenha atingido seus objetivos. Sempre levo os resultados do campo pelo lado do imponderável. Meus conceitos de administração passam ao largo do simples resultado de futebol. Poderiam ter sido positivos, e seria muito agradável para nós e os torcedores, mas isso não poderia servir para encobrir a péssima administração que há anos tem levado o clube a uma situação de grande dificuldade".

Mudança de técnicos
"Mudamos de treinador três vezes durante essa temporada. O Jorginho chegou a ser efetivado pelo atual presidente. Ele o Efetivou depois de uma série de vitórias e depois, surpreendentemente, por pressão e conflitos de ordem interna, retirou-o do comando da equipe, contratou outro treinador e covardemente deixou o Jorginho como auxiliar. Temos três auxiliares técnicos no clube. Tata, Jorginho e Valdir Joaquim de Moraes. Veja que absurdo. E o clube nessa situação de penúria econômico-financeira...".

Crise política
"A questão política é interna, não externa. Não é de oposição ou situação. O atual presidente, para ganhar as eleições, fez uma série de composições. Tem mais de 110 conselheiros na diretoria. A tensão política é interna, não tem nada a ver com situação ou oposição. Eles é que não se entendem, e por isso que os conflitos estão se agravando".

Situação financeira
"O clube saiu de números positivos de mais de 30 milhões (de reais) há pouco tempo e hoje tem dívidas que atingem, em curto espaço de tempo, a ordem que ultrapassa 60 milhões. Isso atrapalha (o desempenho do time) e tira a tranqüilidade dos administradores. Não planejaram o clube, não trouxeram vendas extraordinárias, não trouxeram atletas que pudessem valorizar a equipe como grande marca do clube, dependeram sempre de terceiros, de entregar o comando a pessoas que não tem nenhuma relação com o clube. Isso causou esse transtorno todo".

Parceria com a Traffic
"Felizmente que a Traffic existe, senão não teríamos nem como pôr o time em campo. Mas quem investe dita as normas. Diferente de quando tínhamos a Parmalat, que era uma co-gestão, e os assuntos resolvidos em comum acordo. Mesmo nos momentos de divergência, conseguíamos levar as decisões a um lado harmonioso".

Relação com torcidas organizadas
"Nossa relação com as torcidas era protocolar. Comparecíamos a algumas iniciativas deles como representante da coletividade, assim como eles eram representantes de um núcleo de torcedores do clube. Existiam vários desses núcleos, comissões no interior. Incentivamos muito a formação de cônsules no interior, tivemos centenas deles, sempre tivemos essa relação. Mas cada um a seu nível, mantendo a distância protocolar necessária".

Oposição
"Sou um opositor, e não um membro da oposição. Gostaria de estar aplaudindo alguns procedimentos que pudessem ser bons para o clube, mas infelizmente não encontro praticamente nenhum. A situação do Gilberto (Cipullo, vice-presidente de futebol) é uma questão de briga interna do clube, por interesse de posições ou por questões meramente negociais, que passam ao largo dos meus conceitos".

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