postado em 14/12/2009 08:19
Os pilotos da RM Competições fizeram a festa da Fórmula Truck, na última etapa da temporada, com palco no Autódromo Internacional Nelson Piquet, na tarde de ontem, em BrasÃlia. Com arquibancadas, cadeiras e camarotes lotados, mais de 20 mil espectadores enfrentaram um calor acima de 30ºC para ver a decisão, premiada por um jogo de equipe.
Depois de chegar à prova final como lÃder, com 161 pontos, o paulista Valmir Benavides, o Hisgué, teve problemas com um dos sensores do caminhão Volkswagen e precisou abandonar a prova na 14ª das 34 voltas. A saÃda antecipada abriu brecha para seu companheiro Felipe Giaffone lutar para manter a taça com a RM Competições, com direito à ajuda de outro piloto da mesma equipe: Renato Martins.
"A prova foi esquisita. Quando vi o Hisgué parado, me deu uma sensação horrÃvel de que se meu carro quebrasse, tudo iria para o saco", lembrou o bicampeão, com o primeiro tÃtulo em 2007. "Foi a corrida mais complicada do campeonato. Coloquei pastilhas de freio novas nos pneus de trás e me arrependi. O freio pegou demais nas curvas e precisei dirigir com cuidado. O Renato me ajudou bastante fazendo um trabalho de escolta", elogiou Giaffone, com 169 pontos na classificação.
Sem pensar para vencer
Quem ganhou a etapa de BrasÃlia foi Roberval Andrade (RVR Motorsport e Scania), com uma corrida de recuperação. Depois de largar na 18ª posição e encarar uma parada no box para resolver um vazamento de óleo hidráulico, o paulista costurou os adversários e terminou a prova em primeiro, pouco à frente do brasiliense Geraldo Piquet, da ABF Competições Mercedes-Benz.
Com a sensação de ter feito uma das melhores corridas desde sua estreia na categoria, em 2000, Roberval acabou em terceiro lugar na classificação geral, com 159 pontos. "Quando voltei à pista, parti para o tudo ou nada. Parei de pensar e somente corri. Acho que isso fez efeito", revelou. "Foi a vitória mais orgulhosa em 10 anos de Fórmula Truck. A superação faz parte do esporte e não desisti. Quando cheguei à terceira posição, pedi a permissão da equipe para eu dar tudo. Eles autorizaram e consegui chegar em primeiro. Sabia que o caminhão ia dar conta e deu tudo certo", completou.
Outra surpresa foi a saÃda da prova de Wellington Cirino, que largou na pole position e buscava o quinto tÃtulo na categoria. A quebra do turbo fez com que o caminhão do paranaense da ABF ficasse lento e ele, que liderou a corrida até a 29ª volta, terminou a prova em 15º lugar.
ÓLEO NA CURVA CAUSA ACIDENTES
O vazamento de óleo na curva dois do autódromo fez com João Maistro (Clay Truck Racing e Volvo) perdesse o controle e batesse de frente na barreira protetora de pneus. Logo em seguida, Vignaldo Fizio (Speed Vig Team e Mercedes) e Anderson Toso (Ford Racing Truck) saÃram da pista no mesmo local, colidindo com o caminhão de Maistro. Apesar do susto, ninguém se machucou.
Quando voltei à pista, parti para o tudo ou nada. Parei de pensar e somente corri. Acho que isso fez efeito
Roberval Andrade, vencedor da etapa de BrasÃlia
Pódio e emoção na despedida
Djalma Fogaça, 45 anos, da equipe Ford Racing Truck, se despediu da F-Truck em BrasÃlia. O sorocabano, que largou na 19ª posição, caiu para 23ª e terminou a prova em terceiro lugar, encerra sua carreira como planejava. "Sempre quis terminar minha carreira como o meu Ãdolo Ingo Hoffmann, em terceiro lugar no pódio na última corrida. É uma honra para mim. Sou grato por tudo o que o automobilismo e, principalmente, a Fórmula Truck me proporcionou como piloto. A corrida mudou muito. Agora, correm muitos pilotos mais novos e que se cuidam. Eu não me cuido e acho que chegou a minha hora de parar", anunciou emocionado.
Sem querer se afastar das pistas, o "Caipira Voador" irá agora acompanhar de perto a carreira do filho Fabinho, campeão brasileiro da Stock Car Júnior. Além de assessorar o rebento, Fogaça, que tem 27 anos de experiência no automobilismo, pretende atuar somente como chefe de equipe da DF Motorsport, time oficial da Ford na competição. "Trabalhando só na retaguarda, terei tranquilidade para implantar um novo sistema de trabalho para ir brigar por vitórias e tÃtulos", garantiu.
Veja videorreportagem da etapa de BrasÃlia
Eu no autódromo
"Foi muito emocionante. Sempre acompanhei as provas pela tevê e vim a BrasÃlia assistir à final de perto. Foi a primeira vez que assisti à prova ao vivo. Torci o tempo todo pelo Cirino, mas não foi o dia dele. Acontece."
Wellington de Melo, 24 anos, de Limeira (SP)
"É a primeira vez que eu venho ao Autódromo e gostei muito. Quero vir mais vezes. O que mais gostei foi do barulho que os caminhões fazem e de ver eles correndo de perto."
Matheus Leite, 7 anos, de Luziânia (GO)
"Esta é a quarta etapa deste Campeonato que assisto de perto. A final foi emocionante e surpreendente. Torci bastante pelo Wellington Cirino, mas o caminhão dele deu problema e ficou pra trás. Perdeu."
Clodoaldo Venâncio (Dinho Truck), 27 anos, de Limeira (SP)