postado em 15/12/2009 09:17
Leandro Behs
Zero Hora
Porto Alegre - Passava um pouco das 11h quando Jorge Fossati surgiu no corredor acarpetado das suÃtes do Beira-Rio. Imponente, com seu 1m91, vestindo blazer cinza, camisa, calças e sapatos pretos, foi recebendo tapinhas nas costas de conselheiros que abriam passagem ao técnico uruguaio. Estava escudado pelo preparador fÃsico e seu homem de confiança, Alejandro Valenzuela, por Fernando Carvalho e por Vitorio Piffero. No braço direito, uma pulseira com vários santos. No pescoço, três correntes de ouro.
Logo na primeira entrevista, mostrou sua caracterÃstica de "domador de estrelas". Disse que D'Alessandro precisa se concentrar mais nos jogos, lembrou que precisa de jogadores felizes em casa e no trabalho, que utilizará aquele esquema em que a equipe se adaptar melhor. Após a entrevista, foi almoçar com a direção no restaurante Pampulhinha, no bairro Floresta. Comeram risoto de camarão. À tarde assinou contrato e embarcou de volta para Montevidéu. Voltará ao Beira-Rio em 4 de janeiro. Veja os principais trechos da entrevista do novo técnico do Internacional.
D'Alessandro
"É um grande jogador, mas tem que se concentrar um pouco mais no jogo. O que eu tenho observado é que ele tem que regular mais o caráter (temperamento) para pensar mais na bola, mais no time, do que em outras coisas. Com isso, ele não vai ter mais altos e baixos, vai ter a regularidade que necessita. É um jogador muito importante no esquema do Inter."
Libertadores
"O Inter sabe mais do que eu como se ganha uma Libertadores. Já conhece o caminho. O torcedor pensa do mesmo jeito que eu: que para ganhar tem que ter unidade, da diretoria, da comissão, dos jogadores e dos torcedores. Na Libertadores, mesmo sem Boca, River e LDU, estarão os melhores times de diferentes paÃses. Agora, vamos estudar bem o grupo e ver com a diretoria se há alguma posição para reforçar."
Esquema tático
"Eu tenho um sistema, mas, principalmente, tenho uma ideia que vou tratar de passar para os jogadores. Tem um no qual a gente acredita um pouco mais, mas acho que o treinador tem que ver o material, os jogadores, e adaptar o sistema. Não tem sistema mágico."
Conhecendo o time
"Tenho que conhecer já em dezembro o plantel do Inter. Profundamente. Com os treinos, saberei melhor ainda. Mas não posso esperar até o primeiro jogo da Libertadores para dizer que conheço o grupo. Tem que ser antes, e ver a necessidade de trazer mais alguém. Até o final de janeiro, temos que chegar com tudo claro e o time entrosado."
FamÃlia Fossati
"À medida que vamos tendo conhecimento dos jogadores, da famÃlia, a gente pode sugerir coisas para ajudar a vida deles, pois se está bem na vida, está bem no campo. Na medida em que olharmos neles a disposição para falar, a gente fala da famÃlia, da vida, e procura ajudar eles. Não vou chegar para o Ãndio, para o Daniel, e dizer: 'Agora me fala da tua vida'. Não, será algo natural."
Terno e gravata
"Tenho meu estilo, pretendo continuar vestindo terno e gravata à beira do gramado. Se tiver que mudar, eu vou mudar, mas pretendo seguir trabalhando dentro do meu estilo de me vestir".
Os adversários
"Deportivo Quito é um time que está forte e bem. Tem jogadores experientes. Acho que será uma boa estreia, contra um time importante. O Inter tem qualidade para enfrentar qualquer um do grupo e vencer. Sobre o Cerro, não sei qual será sua realidade. Hoje, não é um dos melhores times do Uruguai. Acredito que irá se reforçar até o começo da Libertadores."
De volta a Quito
"Estrearemos na Libertadores contra o Deportivo Quito, lá. Trata-se de um time forte, bem armado, mas acho bom uma estreia assim. A altitude de Quito não será desculpa para nós. A altitude de Quito (2,8 mil metros) afeta no máximo 20% do rendimento do atleta. Os demais 80% são futebol. Só isso."
Veja videorreportagem sobre a apresentação do novo técnico do Inter