José Antonio Alves
postado em 17/12/2009 08:56
O Campeonato Candango do próximo ano terá mais uma força nacional. O presidente do Vasco, Roberto Dinamite, ficou bastante interessado na parceria com o Dom Pedro, clube da primeira divisão do Distrito Federal. "Tomei conhecimento agora. Mas posso adiantar que tudo que for benéfico para o Vasco, eu vou fazer", revelou ao Correio.
A iniciativa da parceria partiu do Diretor de Relações Governamentais e Responsabilidade Social do Vasco, Eduardo Nery. "Temos uma pesquisa comprovando que existem mais de 270 mil vascaínos em Brasília". O vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol da Região Centro-Oeste, e ex-presidente da Federação Brasiliense de Futebol, Weber Magalhães, também participou da elaboração do projeto. "Tem tudo para dar certo. O Botafogo colocou mais de 5 mil pessoas em seus jogos no Guará e o Vasco tem muito mais torcida aqui".
Durante o Campeonato Candango, o Vasco mandará os seus jogos no estádio da Metropolitana, no Núcleo Bandeirante, que, por coincidência, o nome oficial é Vasco Viana de Andrade. Além disso, o presidente do Dom Pedro, Cléver Rafael, é vascaíno e confirmou a negociação com Dinamite. A estreia, no entanto, será em Luziânia, 16 de janeiro, no Estádio Serra do Lago.
A parceria pode esbarrar na burocracia. O vice-presidente da Federação Brasiliense de Futebol, Paulo de Araújo, disse que a entidade não foi comunicada. "Acho difícil o Dom Pedro disputar o campeonato com outro nome. Já divulgamos a tabela e não podemos ir contra o estatuto do torcedor". Cléver, no entanto, acha que é possível. "Estamos negociando e pode ser que disputemos o campeonato como Vasco-DF".
A exemplo do Botafogo, que fez uma parceria com o Esportivo Guará, o Vasco atuará com o seu uniforme tradicional em Brasília - as cores do Dom Pedro são vermelho e branco. Poderá contar até com alguns jogadores do elenco, no Rio de Janeiro. A outra possibilidade é a contratação de atleta que tenha bastante identificação com o clube de São Januário.
Um dia de Tiger Woods
De terno azul-marinho, camisa branca e gravata escura, Roberto Dinamite chegou ao clube de Golf de Brasília para uma confraternização entre vascaínos. Antes de entrar no restaurante, decorado com as bandeiras do clube, o dirigente bem que tentou arriscar algumas tacadas.
Apesar de todo o empenho de Manuel de Jesus, golfista profissional, e, por coincidência, torcedor do Vasco, Dinamite não demonstrou intimidade com o taco e com a bolinha. A única semelhança foi o gramado, verde, e bem aparado, onde o ex-jogador marcou vários gols durante os 20 anos de carreira.
"Como é essa parada. Isso aqui é difícil pra caramba. Eu não sou Tiger Woods", disse Roberto para Manuel, referindo-se à grande estrela do golfe mundial. "Você segura o taco assim, dobra o joelho", orientava o golfista. "Calma aí. Estou com o tornozelo inchado", pediu Roberto.
Do restaurante, Roberto recebia o incentivo dos torcedores do Vasco. "É isso aí, Dinamite". "Isso aqui é muito mais difícil do que fazer gols". No fim, o dirigente se despediu com um forte abraço em Manuel. "Valeu". "Foi uma grande honra estar a seu lado. Sou vascaíno e nunca pensei que encontraria você aqui", disse o golfista.
Piquet, um torcedor ilustre
Passava pouca mais das 19h quando o tricampeão mundial de Fórmula-1 Nelson Piquet chegou ao estacionamento do Clube de Golf de Brasília. De calça jeans e vestido com a camisa do Vasco, ele entrou com a mesma velocidade de seus tempos de piloto no restaurante e se aproximou de Roberto Dinamite. "Só vim aqui por você. Meus parabéns".
Com seu estilo descontraído, Nelson Piquet revelou que só foi duas vezes ao Maracanã e uma em São Januário. "Não entendo nada de futebol. Não é a minha praia. Assisti a um jogo do Vasco contra o Santos e o Pelé marcou dois gols em dois minutos. A outra foi na sua despedida".
Piquet, no entanto, revelou que ficou impressionado com os torcedores do Vasco em São Januário. "Foi um dia inesquecível. Cheio de português xingando o árbitro, falando palavrão para caramba. Foi uma tarde legal", disse para Roberto. "Você precisa aparecer mais", convidou o dirigente, que entregou a camisa de número 10 ao tricampeão.
Dodô, reforço de peso
Rio - Depois de passar mais de dois anos afastado do futebol devido a uma suspensão por uso de femproporex, flagrado num exame antidoping em 2007, quando defendia o Botafogo, Dodô aceitou o contrato de risco que lhe foi proposto pelo Vasco. Aos 35 anos, ele faz exames médicos hoje pela manhã e, sendo aprovado, será apresentado oficialmente à tarde. O compromisso será de um ano, mas o clube pode rescindi-lo após seis meses sem pagamento de multa.
Trabalhar com poucas estrelas, porém, é algo que não preocupa o novo técnico do clube, Vágner Mancini. Segundo ele, o objetivo é repetir uma marca do Vasco na última temporada: ter um time coletivamente forte. Ele considera normal a desconfiança que ronda o novo time de São Januário. "Sempre que você busca uma peça no mercado, se não for uma estrela, cria-se uma dúvida. Mas não se forma um time só com jogadores de nome. Além de ter bons atletas, é preciso um plano tático, uma organização e a busca pela formação de uma equipe equilibrada. Leva tempo, mas é o que buscamos".
A diretoria praticamente descartou a contratação de Reinaldo, que se desligou do Botafogo. O jogador teve problemas de lesão em 2009, jogou pouco e tem pedida salarial elevada. O Al Jazira admitiu a possibilidade de liberar Rafael Sóbis para um clube brasileiro no primeiro semestre de 2010. O Vasco sondou o jogador, assim como Herrera, do Grêmio, mas ambos são considerados investimentos altos.