postado em 02/01/2010 07:01
Melhor brasileiro classificado na corrida de São Silvestre - chegou em oitavo lugar -, o candango Clodoaldo Gomes da Silva disse ao Correio que um programa de treinamento diferenciado é a causa das sucessivas vitórias de corredores quenianos na mais antiga e tradicional prova de rua do Brasil. Vice-campeão em 2006, Clodoaldo fala em "preparação de excelência" ao se referir à forma como os africanos treinam.
"Está muito difÃcil ganhar deles. Eles estão muito bem treinados, qualificados e até geneticamente têm vantagem. Acredito que é por isso que eles se sobressaem", avalia. "Eu também acho que corrida é dia, mas, infelizmente, parece que eles estão sempre nos melhore dias, né?", diverte-se. %u201CCabe a nós nos preparamos mais para que nas próximas edições fiquemos mais bem colocados."
A despeito do diagnóstico sobre o treinamento, o ceilandense não sabe como é a preparação desses atletas, mas tem convicção de que, hoje, esse é o diferencial. "Não tenho conhecimento de como eles treinam. Mas a própria região, que são locais de altitude elevada e com uma grande dificuldade de locomoção, ajuda. Então eles treinam muito e muito bem. Realmente são superiores", analisa.
Mesmo sem o Brasil ter resultados expressivos nos últimos anos, o maratonista brasiliense ainda tem esperanças de ver compatriotas subindo no pódio. "O Brasil tem evoluÃdo bastante. Temos o MarÃlson dos Santos, que tem grandes marcas, e que está correndo de igual para igual com esse pessoal. Eu acho que é questão de tempo para a gente estar correndo de igual para igual com eles."
Para os brasileiros, de fato, evoluÃrem, Clodoaldo diz que são necessários mais investimentos. O maratonista, que treina nas ruas da Ceilândia e em uma pista da cidade que está longe das condições ideais, reivindica mais apoio. "Tudo o que fazemos é com grande dificuldade. Um atleta precisa de muita dedicação, bons treinamentos e um bom acompanhamento psicológico e nutricional. Acho que tudo isso interfere para que você consiga êxito. Pode ser que os quenianos sejam mais bem assistidos nesses aspectos", especula. Mas Clodoaldo é otimista. "Três anos consecutivos foram deles (quenianos), espero que agora os próximos anos sejam nossos", fala, esperançoso.
Estrela contundida
Bicampeão da São Silvestre, MarÃlson desistiu de participar da prova deste ano para se recuperar melhor de algumas lesões que sofreu em 2009 e se poupar para a temporada que acabou de começar.
Foi assim%u2026
Mais uma vez, os quenianos dominaram a corrida de São Silvestre. Já é o terceiro ano sem um triunfo brasileiro na prova. Franck Caldeira foi o último brasileiro a vencer, em 2006, com a marca de 44min07s, 33 segundos a menos que o tempo feito por James Kipsang, primeiro colocado na edição de 2009. Na categoria masculina, o melhor resultado do Brasil ficou com o brasiliense Clodoaldo Gomes da Silva, que cruzou a linha de chegada da 85ª São Silvestre em oitavo lugar.
Apesar de ter ficado longe do pódio, o ceilandense de 33 anos está satisfeito com o desempenho na corrida. "Um ano após a cirurgia, ter sido o oitavo colocado em uma prova tão difÃcil como a São Silvestre e ainda ser o brasileiro mais bem colocado é bem satisfatório. Ganhei o ano", declarou, referindo-se a uma cirurgia no pé a que foi submetido no fim de 2008.
Os pódios
Em 2009
1º %u2013 James Kipsang (Quênia)
2º %u2013 Elias Kemboi (Quênia)
3º %u2013 Robert Cheruyot (Quênia)
Em 2008
1º %u2013 James Kipsang (Quênia)
2º %u2013 Evans Cheruyot (Quênia)
3º %u2013 Kiprono Mutai (Quênia)
Em 2007
1º %u2013 Robert Cheruiyot (Quênia)
2º %u2013 Patrick Ivuti (Quênia)
3º %u2013 Anoé dos Santos Dias (Brasil)
Em 2006
1º %u2013 Franck Caldeira (Brasil)
2º %u2013 Clodoaldo Gomes da Silva (Brasil)
3º %u2013 Paulo Alves dos Santos (Brasil)