postado em 02/01/2010 10:29
A partir deste domingo, dois dos quatro principais favoritos ao título do ATP 250 de Brisbane, Radek Stepanek e Tomas Berdych, iniciarão uma nova temporada menos de um mês após terminar a passada. Enquanto isso, Thomaz Bellucci descansou tranquilamente por 15 dias e começou a trabalhar visando a 2010 já em novembro, cenário que pode ajudar o brasileiro a se destacar agora.
Ultimamente, a duração do calendário do tênis masculino tem sido muito discutida, sendo que astros como Rafael Nadal e Andy Roddick já criticaram bastante a ATP. Para 2009, o circuito começou em 5 de janeiro, período já tradicional, mas o término foi adiado em duas semanas na comparação com 2008. Resultado: atletas que participaram da última final da Copa Davis, como o espanhol e os tchecos citados, mantiveram-se em atividade até 6 de dezembro.
Do outro lado da balança está Bellucci, que nessa mesma data já realizava uma forte pré-temporada que começou na segunda quinzena de novembro. Na manhã de quarta-feira, ele conversou com a reportagem da GE.Net sobre o assunto antes de embarcar para a Austrália. "Meu tempo de preparação foi um pouco maior, existe essa vantagem. Por outro lado, eles estão com um pouco mais de ritmo também. Eu parei de jogar faz dois meses, e eles só em dezembro", analisou.
Durante o ano passado, o último compromisso do brasileiro em nível ATP foi em Estocolmo, no fim de outubro, quando chegou pela primeira vez às semifinais de um torneio de quadras duras desse porte. Depois, ele até tinha a oportunidade de seguir na Europa e se arriscar no qualificatório do Masters 1000 de Paris, que se iniciou em 7 de novembro, mas preferiu encerrar as atividades no challenger da Sociedade Harmonia de Tênis, em São Paulo, no primeiro dia daquele mês.
Na próxima semana, Bellucci, um dos oito cabeças-de-chave do Torneio de Brisbane, saberá se colherá os frutos por estar bem descansado ou se o maior ritmo de Stepanek ou Berdych pode fazer diferença. O número 36 do mundo não projeta um grande resultado na competição, esperando na verdade se aprontar da melhor forma para o Aberto da Austrália. "O primeiro torneio sempre é uma incógnita. Todo mundo ainda está voltando, e acho que sempre alguns resultados são surpreendentes. Minha expectativa é ganhar ritmo".
De qualquer forma, o paulista confia em ter realizado a melhor opção, mesmo porque não se imaginaria sem férias após passar 32 semanas de 2009 em ação. Tendo em vista o futuro, ele se junta ao coro comandado por Nadal e Roddick que cobra um refresco no apertado calendário. "É complicado, porque a gente começa muito cedo e passa o ano inteiro viajando e jogando. Se diminuísse um pouco a duração do circuito - de 11 meses para dez ou nove - seria melhor. Menos atletas não estariam machucados como no final do ano".
Em setembro passado, a desgastante temporada da ATP ficou bastante clara no Masters 1000 de Xangai, cuja chave englobou nove vitórias definidas por causa de abandonos. O importante torneio vinha esvaziado de antemão por causa das desistências de Roger Federer e Andy Murray, que nem viajaram à China na ocasião alegando respectivamente cansaço e uma contusão no punho.