Superesportes

Õnibus da seleção de Togo é metralhado, motorista morre e jogadores ficam feridos

Agência France-Presse
postado em 08/01/2010 15:39
Nove membros da delegação do Togo foram feridos e um motorista morreu quando o ônibus em que viajavam foi metralhado nesta sexta-feira na fronteira entre Congo e Angola, onde começa domingo a Copa Africana de Nações (CAN). À noite, a Confederação Africana de Futebol (CAF) garantiu que o torneio não será cancelado. O zagueiro Serge Akakpo, que joga na Romênia, e o goleiro Kodjovi Obilalé, que defende um pequeno clube da França, foram feridos gravemente e levados para um hospital de Cabinda, onde foram operados. "Não há nenhum risco de morte" na delegação togolesa, afirmou outro jogador da equipe, Richmond Forson, em entrevista concedida ao canal esportivo francês Infosport. O ataque foi reivindicado pela Frente de Libertação de Cabinda (FLC). Este território angolês rico em petróleo situado entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Congo é assolado por um conflito separatista desde a independência da Angola, em 1975. [SAIBAMAIS] "Fomos metralhados logo depois de sair do Congo, quando estávamos entrando em Angola. A dianteira do ônibus foi atingida por uma rajada, e todo mundo se jogou no chão. Dois jogadores ficaram feridos", explicou Thomas Dossevi, atleta do Togo, à AFP, confirmando uma informação do Infosport. Serge Akakpo "foi atingido nas costas", e Obilalé "nos rins", prosseguiu Dossevi. "O preparador de goleiros e o médico também foram baleados. Eles estão internados num hospital de Cabinda". A Federação Togolesa de Futebol (FTF) mencionou a existência de nove feridos e um morto, o motorista de um dos ônibus do comboio. De acordo com Forson, ele dirigia o ônibus que levava as bagagens, que seguia à frente do veículo onde estavam os jogadores e foi o mais atingido pelos disparos. "Estávamos cercados pela polícia. Tudo estava normal, quando fomos metralhados. Os policiais responderam. Parecia uma guerra. Estamos chocados. Nem queremos mais disputar a CAN. Pensamos nos amigos, nos jogadores feridos", contou Dossevi ao canal Infosport. "Se pudermos boicotar a CAN, vamos fazê-lo. Só pensamos em voltar para casa", afirmou o meia Alaixys Romao, que também joga no futebol francês. O Togo, cujo melhor jogador é o atacante Emmanuel Adebayor, companheiro de Robinho no Manchester City, devia estrear contra Gana no dia 11 de janeiro em Cabinda. De acordo com fontes do Comitê de organização da CAN (Cocan), os jogos do Grupo B, formado por Togo, Costa do Marfim, Gana e Burkina Faso, podem ser deslocados para Luanda. Questionado pela AFP no início da confusão, o Cocan disse que um pneu do ônibus tinha estourado e provocado um movimento de pânico. "É lamentável falar sobre isso", denunciou Dossevi, visivelmente indignado. "Fomos metralhados. Se tivéssemos conseguido tirar fotos ou imagens, já estariam na internet", acrescentou. A rádio angolesa sequer mencionou o incidente na noite desta sexta-feira, abrindo seu jornal com o treino da seleção de Angola, constatou um jornalista da AFP. O ministro angolano dos Direitos Humanos, Angonio Bento Bembe, ex-dirigente separatista de Cabinda, qualificou o atentado de "ação terrorista".

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação