Superesportes

Governo do Togo chama de volta a sua seleção

Agência France-Presse
postado em 09/01/2010 18:22
LOMÉ, 9 janeiro 2010 (AFP) - O governo togolês chamou de volta sua equipe de futebol depois de ter sido metralhado o ônibus que levava a seleção nacional para participar da CAN-2010, a Copa Africana de Nações, informou neste sábado, em Lomé, o ministro da administração territorial e porta-voz do governo, Pascal Bodjona. "Não podemos continuar na competição da CAN nestas circunstâncias dramáticas. Os jogadores estão traumatizados", declarou Bodjona. O técnico francês do Togo, Hubert Velud, informou à AFP neste sábado que a equipe nacional prevê deixar domingo pela manhã sua concentração na Copa Africana de Nações (CAN), abandonando o torneio depois de ter tido seu ônibus metralhado na sexta-feira, num ataque que fez pelo menos dois mortos. A CAN-2010 de Angola será disputada como o previsto, a partir de domingo, mas sem a seleção do Togo. O ataque, na sexta-feira, do ônibus da equipe que acabava de cruzar a fronteira entre Congo-Brazzaville e Angola, causou pelo menos dois mortos, membros da delegação togolesa. Kodjo Samlan, assesor de imprensa da Confederação Africana de Futebol (CAF) em Togo, havia anunciado na manhã deste sábado os nomes das duas vítimas do ataque. Segundo a Federação Togolesa de Futebol, teria morrido, também, o motorista do ônibus que transportava os jogadores. Foram elas "o assessor de comunicação Stanislas Ocloo e o treinador adjunto Abalo Amelete - este último veio a falecer às quatro da manhã" disse Samlan. O atentado foi assumido pela Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), que luta desde 1975 pela independência de uma zona situada entre a República Democrática do Congo (RDC) e Congo-Brazzaville. A maior parte dos jogadores expressaram neste sábado seu desejo de não participar do torneio depois do espisódio trágico. O regulamento da CAN estipula que "uma baixa declarada 20 dias antes do começo da competição final ou durante os jogos" leva "à multa de 50.000 dólares", além da "suspensão da seleção nacional por duas edições seguintes da Copa Africana de Nações". Apesar disso, as normas também contemplam "motivos de força maior", a ser avaliada pelos organizadores. Togo está enquadrado no grupo B da CAN, junto de Costa do Marfim, Gana e Burkina Faso. Apesar do ataque, a Confederação Africana de Futebol, organizadora do evento, decidiu manter a competição. As sete partidas previstas em Cabinda poderão, no entanto, ser disputadas em Luanda, a capital angolana. Em Luanda, o primeiro-ministro Paulo Kassona reuniu-se com o presidente da CAF, Issa Hayatou, para "tomarem juntos as decisões que possam garantir o bom desenvolvimento da competição". Apesar da gravidade do incidente, na capital, situada a 500 km de Cabinda, a febre de futebol prossegue alta, às vésperas da inauguração do torneio. Desde 2006, as autoridades de Luanda asseguram que o enclave de Cabinda está pacificado, alegando que assinaram um acordo de paz com um dos dirigentes da FLEC, Antonio Bento Bembe, mas esse movimento sempre negou esse acordo e prossegue assumindo a responsabilidade por ataques na zona. Antonio Bento Bembe afirmava há pouco tempo que "todas as condições de segurança estavam garantidas" para o desenvolvimento da CAN. Neste sábado, em entrevista à AFP, reconheceu que o exército "talvez subestimou a possibilidade de que a FLEC pudesse causar danos". O Brasil, que organizará a Copa do Mundo de 2014, condenou neste sábado o atentado à seleção de futebol do Togo em Angola, informou o ministério das Relações Exteriores em nota oficial.

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